A americana GXS, que desenvolve programas para integrar clientes e vendedores nas cadeias de suprimentos entre empresas, anuncia esta semana a aquisição total da brasileira Interchange Serviços, que atua no mesmo nicho no País. A empresa adquirida pertencia aos grupos financeiros Citigroup, Banco Real, Unibanco (hoje Itaú Unibanco) e à provedora de serviços de tecnologia EDS, que foi comprada pela HP.
A GXS, empresa de capital fechado controlada pelo fundo de investimentos Francisco Partners, não divulgou o valor do negócio. Com a aquisição, passa a ter cerca de 200 funcionários no País. "Tínhamos cerca de 10% desse número", afirmou o vice-presidente sênior de desenvolvimento corporativo da GXS, Steven Scala, que liderou as negociações no Brasil e será responsável pelo processo de integração. Segundo o executivo, a empresa avaliava outras oportunidades de aquisição pelo mundo, mas preferiu dedicar sua equipe à negociação com a Interchange, que se acelerou nos últimos seis meses. "O tamanho do País fala por si próprio. Nossa participação aqui era muito pequena."
A Interchange passa a pertencer ao Grupo GXS Brasil, e seus serviços farão parte da Trading Grid GXS, plataforma global de e-commerce da americana, presente em 15 países. "Nosso foco está nos setores automobilístico, de varejo, alta tecnologia e serviços financeiros", disse Scala. Entre os principais clientes globais estão a General Electric, que utiliza seus serviços em diversas unidades de negócios. Já a Interchange negocia com mais de 450 clientes nas verticais de varejo, de serviços públicos e financeiros, incluindo os 50 maiores bancos nacionais.
"Neste ano vamos fazer a integração das operações e depois devemos lançar novos produtos, que com a equipe reduzida que tínhamos antes no Brasil não era ainda possível", afirmou. "O foco do investimento estará em marketing e vendas." Entre as novas ofertas, é vista com especial potencial a terceirização no modelo de serviços gerenciados, em que a GXS assume processos de comércio eletrônico do cliente, que pode ser atrativo em momentos de crise.
O momento econômico não impediu a negociação e mesmo que a empresa alcançasse seu melhor resultado trimestral em 10 anos no último período de 2008. "A crise é positiva para nós no sentido que forçam as empresas a fazer a reengenharia de seus processos", defendeu Scala. Também os contratos de serviços são protegidos por serem contínuos, já que as aquisições de insumos fazem parte do cotidiano das empresas.
Em relação à estratégia de expansão na América Latina, o executivo confessa que prefere adquirir empresas do que contar com o crescimento orgânico em cada país, por ser mais rápido e proporcionar escala imediata.
Veículo: Gazeta Mercantil