Mostrando vigor no mercado brasileiro mesmo diante da crise, as compras de bens de consumo pela internet atingiram o montante de R$ 8,2 bilhões em 2008, o que representou um crescimento de 30% na comparação com 2007. Os dados preliminares da consultoria e-bit foram confirmados e evidenciaram que, em 2008, pelo menos 13,2 milhões de brasileiros fizeram compras pelo menos uma vez pela internet.
"Os principais impulsionadores desse resultado foram as promoções de fim de ano, o aumento do uso de banda larga e a grande quantidade de computadores pessoais que entrou no mercado no ano passado", afirmou Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit.
O varejo on-line resistiu aos primeiros meses nos quais a retração econômica frustrou o comércio brasileiro. Somente no mês do Natal, as vendas on-line aumentaram 15% frente a dezembro do ano anterior, somando R$ 1,25 bilhão.
Nessa época, o valor médio das compras ficou em R$ 346, valor maior do que o da média anual, de R$ 328. Em 2007, esse valor era de R$ 302, o que, segundo a consultoria, significa que "os consumidores estão adquirindo mais produtos a cada compra e os produtos mais baratos estão dando lugar aos mais caros."
A pesquisa por perfil mostrou também que as mulheres e os mais velhos entraram com força no comércio eletrônico no ano passado. Entre todos os consumidores, 51% eram do sexo feminino e 19% tinham mais que 50 anos.
Segundo Guasti, o comércio eletrônico está se disseminando também entre as classes de menor poder aquisitivo e escolaridade. "No ano passado, 42% das vendas pela internet foram para a classe C", destacou.
Os livros foram os produtos mais vendidos via internet em 2008, com 17% do volume de pedidos, seguidos da categoria saúde e beleza (12%), informática (11%), eletrônicos (9%) e eletrodomésticos (6%).
A previsão é de que os números do varejo on-line continuarão a surpreender positivamente, mesmo com o cenário de retração econômica, afirmou Guasti. Segundo levantamento realizado em conjunto com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, as expectativas de crescimento para 2009 são de 20% a 25% ante o ano passado, o que resultaria em um faturamento de R$ 10 bilhões em bens de consumo vendidos pela internet.
"Nossas projeções mostram um ano muito positivo para o setor, principalmente se compararmos com a realidade mundial", disse o executivo. Ele ponderou, no entanto que, apesar de o comércio eletrônico não ter sentido um forte impacto da crise, sua curva de crescimento tende a diminuir.
Veículo: Valor Econômico