O comércio eletrônico deve faturar R$ 37,9 bilhões no segundo semestre do ano. É o que estima a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Caso a projeção se concretize, a cifra representará crescimento de 15% quando comparado com o mesmo período de 2017.
De acordo com a entidade, o tíquete médio no período deve somar R$ 310, com um total de 122 milhões de pedidos feitos. O segundo semestre tende a ser mais aquecido em razão de datas sazonais importantes para o varejo, como a Black Friday e o Natal, além do Dia dos Pais.
Eventos atípicos que afetaram a economia do País, como a paralisação dos caminhoneiros, teve um impacto marginal no faturamento do setor. "Foram mais de três milhões de pacotes atrasados, com uma média de 11 dias de atraso nas entregas por conta da paralisação", avalia o presidente da ABComm, Mauricio Salvador.
Para o segundo semestre, porém, eventos como as eleições não devem gerar maiores impactos no resultado do setor. "As eleições em si não causam variação nas vendas online. O que influencia mais são as especulações em torno do câmbio, uma vez que muitos produtos são importados", afirma Salvador.
Na prática
Os números apontados pela ABComm são confirmados na região de Campinas (SP). No primeiro trimestre de 2018, o comércio eletrônico na região atingiu faturamento real de R$ 354,3 milhões, uma alta de 7,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado de 12 meses, o crescimento foi de 14,9%.
Os resultados fazem parte da Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE), elaborada pelo SindiVarejista e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em parceria com a Ebit. A pesquisa traz dados sobre faturamento real, número de pedidos e tíquete médio e mensura a participação do e-commerce no varejo.
Segundo a pesquisa, o número de pedido do comércio eletrônico na região atingiu 898,5 mil nesse primeiro trimestre, ante os 783,4 mil do mesmo período de 2017, um aumento de 14,7%.
O tíquete médio, por sua vez, caiu 5,9%, ao passar de R$ 419,12 nos três primeiros meses de 2017 para os atuais R$ 394,35. A participação do e-commerce no faturamento do varejo geral teve leve queda de 0,1 ponto porcentual (p.p.), ao passar de 2,6% para 2,5%. “O e-commerce retomou de forma mais robusta o crescimento no começo deste ano se comparado a outros segmentos da economia. Esse crescimento se deve à melhora nas condições macroeconômicas, mas também à mudança de comportamento do consumidor, usando celulares para comparar, consultar e comprar produtos duráveis, semiduráveis e não duráveis no comércio eletrônico”, afirmou a presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito.
No primeiro trimestre, os bens duráveis tiveram grande peso no faturamento do setor, concentrando 69,6% das receitas e 38,4% do número de pedidos, com um tíquete médio de R$ 689,16. O comércio de bens semiduráveis representa 18,6% das vendas, 35,8% do total de pedidos com um valor médio de R$ 197,59, enquanto os não duráveis têm uma parcela de 11,8% do faturamento, 25,8% dos pedidos e um tíquete médio de R$ 174,28.
As vendas do comércio eletrônico no Estado de São Paulo cresceram 4,4% no primeiro trimestre de 2018, se comparado ao mesmo período de 2017, atingindo R$ 4,06 bilhões. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o faturamento real avançou 8,8% em janeiro, recuou 1,9% em fevereiro e voltou a crescer 5,4% em março.
No acumulado dos últimos 12 meses, após encerrar 2017 com uma alta de 4,2%, a taxa de crescimento real das vendas do setor subiu para 5,1% no primeiro trimestre de 2018.
Fonte: DCI São Paulo