O Brasil tem hoje quase 90 mil lojas virtuais, que devem encerrar 2019 com um faturamento somado de R$ 80 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Em 2018, o volume de vendas pela web cresceu 15% na comparação com o ano anterior — bem acima dos 2,3% de alta do varejo tradicional. A julgar pelos números, não faltam clientes dispostos a comprar pela internet. Mesmo assim, há quem sinta falta de algo que nem a melhor das telas de smartphone, tablet ou computador pode proporcionar: a experiência sensorial do contato com o produto.
Oferecer essa proximidade no mundo físico é a proposta da galeria tecnológica E-live Center, ideia do publicitário Renato Loes, que presidiu a agência Leo Burnett antes de criar a Mar Comunicação. Trata-se de um espaço físico para e-commerces exibirem seus produtos com o máximo de experimentação. “Cada ponto de exposição é pensado para gerar visita direta à página do produto na web, colocando o consumidor mais perto do carrinho de compras com o uso de tecnologias imersivas”, afirma Loes.
Pioneiro: para o publicitário Renato Loes, seu E-Live é o primeiro “marketing place” do mundo (Crédito:Divulgação)
CICLOS
O lugar escolhido para abrigar o E-live Center foi o shopping Parque da Cidade, inaugurado com um hub de serviços dentro de um complexo de edifícios comerciais e residenciais e onde funciona o luxuoso hotel da rede Four Seasons em São Paulo. Com área total de 800 m2, se divide em espaços para que 16 e-commerces de segmentos distintos exibam seus produtos por ciclos de três meses, com a possibilidade de renovação por mais três, desde que o lojista mude o lay-out e a coleção. Além das lojas rotativas, em que a venda só pode ser feita por meio de plataformas digitais, haverá espaços virtuais de degustação, chamados de lounges. “São ambientes de entretenimento, sem compra física, sem caixa, sem estoque, privilegiando o contato com os produtos e seus conteúdos”, diz Loes.
Recursos como o video mapping aplicado a manequins e vitrines digitais foram pensados para aprofundar ainda mais a experiência de compra. “Recriamos a navegação do e-commerce num espaço físico mesclando a presença física de produtos com vitrines interativas com conteúdo em vídeos, imagens e até realidade virtual e aumentada”. Para o publicitário e seus sócios no empreendimento, que vêm de experiências tanto no varejo quanto no mercado financeiro, é assim que as lojas do futuro funcionarão.
Fonte: Istoé Dinheiro