Os empresários do setor supermercadista projetam crescimento nominal de 8,34% nas vendas de final de ano, de acordo com a Pesquisa Natal 2017, da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), realizada pelo Departamento de Economia da entidade nacional.
O resultado representa uma queda de 1,22% em relação a 2016, que registrou 9,56% na perspectiva de venda. Em termos reais, a projeção é de estabilidade, com estimativa de 0,27% de crescimento.
Mesmo com perspectivas positivas, a maioria dos empresários mantém cautela em relação às suas encomendas. Em 2017, 54% dos supermercadistas entrevistados na pesquisa projetam estabilidade nas compras junto às indústrias/fornecedores, e 24% estão mais otimistas, e acreditam em vendas superiores em relação a 2016.
"O momento político e econômico ainda gera incertezas na população, que segue cautelosa em relação ao consumo, priorizando produtos mais baratos e de menor valor agregado. A retomada do crescimento não veio como gostaríamos em 2017, mas a expectativa é positiva. O Natal e o Réveillon são períodos de grande movimento nos supermercados, e é importante nos prepararmos para receber da melhor maneira possível nossos clientes”, ressalta o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto.
Vendas
Em relação à expectativa de vendas dos produtos mais consumidos no Natal e no Réveillon, a cerveja (12,36%) e o frango congelado (12,35%) lideram as perspectivas dos empresários, seguidos da carne bovina (10,69%) e do suco (9,26%), dois itens inclusos na pesquisa este ano.
Produtos típicos
Dentre os produtos típicos do Natal, os supermercadistas estão apostando mais nas vendas de frutas nacionais da época (10,96%), que representa um aumento de 50 pontos percentuais, em relação às perspectivas de 2016, que registrou 10,46%, seguido do panetone (9,79%), espumantes/frisantes (8,09%), lombo (7,71%) e frutas secas (7,32%).
O peru, uma das aves mais tradicionais da época, registrou estabilidade nas encomendas, e representa 7,07% da expectativa de vendas para o período, ante 7,00%, registrado no ano passado.
Em relação aos peixes, os supermercadistas estão apostando mais no fresco (8,00%), seguido do bacalhau (7,71%) e peixe congelado (7,00%).
Importados
As oscilações do dólar impactaram as perspectivas dos empresários supermercadistas, que diminuíram suas apostas nos produtos importados. A estimativa de vendas para estes itens ficou em 5,83%, bem abaixo dos 10,00% registrados em 2016, uma queda de 4,17%.
Os vinhos importados, muito procurados para a época, também tiveram queda nas encomendas. Em 2017, este item representa 5,77% das expectativas de vendas, ante 8,43% de 2016.
Preços
Em relação à variação de preços nos últimos 12 meses, os itens que registraram maior variação foram: brinquedos (10,24%), cerveja (9,24%), e peixe fresco (9,82%).
Presentes
Dentre os itens para presentear, os supermercadistas estão apostando em produtos de menor valor agregado, as famosas “lembrancinhas”. Neste quesito, a caixa de bombom lidera, com 9,53% da expectativa de vendas, seguida dos brinquedos (8,31%) e dos eletrônicos (7,33%).
Contratações
A Pesquisa Natal 2017 também apurou as expectativas de contratação das empresas do setor. A recuperação lenta da economia refletiu nas expectativas dos empresários. Para 2017, apenas 23% dos supermercadistas irão aumentar seu quadro de funcionários no período, ante 25% em 2016.
Dentre as funções mais informadas pelos entrevistados que irão contratar temporários estão: operador de caixa (19,75%), empacotador (17,28%) e repositor (12,35%).
Metodologia
A pesquisa de Natal da ABRAS é realizada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade nacional anualmente. Neste ano, foi apurada de 6/9/2017 a 6/10/2017, por meio de questionário on-line com 81 redes de supermercados do Brasil.
ABRAS
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é a entidade representativa em âmbito nacional do varejo de autosserviço, setor responsável pela comercialização, no Brasil, de 83,7% de produtos alimentícios, de higiene, limpeza e congêneres. Com faturamento de R$ 338,7 bilhões (Ranking ABRAS/SuperHiper 2017), o setor supermercadista no País representa 5,4% do PIB e gera mais de 1,8 milhão de empregos diretos no país.