O ano de 2018 fechou abaixo das expectativas de recuperação previstas. Apesar da inflação sob controle e da estabilidade das taxas de juros, o alto índice de desemprego e a renda média da população contraída ainda foram entraves para a retomada do aumento do consumo das famílias brasileiras.
De acordo com estudo da Nielsen, divulgado hoje, em coletiva de imprensa no RJ, que antecede a 53ª Convenção ABRAS, da Associação Brasileira de Supermercados, ao longo dos últimos anos, o brasileiro tem se esforçado para manter os níveis de consumo dos produtos de alto giro. A busca por promoções, preocupações com a saúde/bem-estar e menor lealdade às marcas e aos pontos de venda, são fatores que permeiam o dia a dia do consumidor. “Essa preocupação com o custo versus o benefício tornou o consumidor multicanal. Ou seja, dependendo da missão de compra e da disponibilidade financeira, a escolha muda”, comenta Daniel Asp, gerente de relacionamento com o varejo da Nielsen Brasil.
Neste contexto contexto, Supermercados Médios (3%), Farma Cadeia (3,1%), Cash&Carry (12,3%) e E-commerce (12%) foram os destaques em 2018. Durante a crise econômica e sob a necessidade de otimizar gastos, os consumidores aumentaram a frequência de compra no C&C em busca de melhores preços e ofertas. Em média, 60% dos lares brasileiros, equivalente a 31,6 milhões, compraram mensalmente no canal, o que representa crescimento de 9% versus o ano anterior. “Esse é um comportamento que tende a se manter mesmo com a expectativa de retomada da economia”, comenta Daniel. Outro fator que atuou em favor do canal é a dinâmica de abertura de lojas, que aumentou mais de 50% desde 2015.
No entanto, o desempenho dos Supermercados Médios (3%) também chamou atenção. Com características de compras de reposição e maior proximidade do consumidor, é um canal que tende a seguir se desenvolvendo à medida que a renda aumente e o brasileiro volte com mais intensidade na busca por proximidade e conveniência. “Nesse ponto, as cadeias regionais têm um papel muito importante em conhecer bem seus consumidores, já que elas representam hoje 82% das lojas de Super, e contribuíram para a boa performance do formato no ano passado com abertura de lojas (38%) e crescimento orgânico (62%)”, pontua Daniel.
E-commerce e Black Friday: Outro canal que apresentou ascensão significativa foi o E-commerce, faturando R$ 53,4 bilhões no ano passado, crescimento de 12% com relação a 2017. Parte deste faturamento é referente às datas sazonais do varejo, principalmente à Black Friday, que, sozinha, obteve tíquete médio 45% maior que a média anual, e se consolida como a principal data para o varejo. Dentre as categorias que estão crescendo em pedidos durante a data estão perfumaria, cosméticos/saúde, que representam 15%. Alimentos e bebidas, ainda que com uma importância mais baixa, já responde por 2,5% do share de pedidos - o que pode indicar uma tendência para 2019.
Tanto no comércio eletrônico, quanto no varejo físico, a Black Friday continua a crescer. No varejo físico, o crescimento foi de 5%, com faturamento de R$ 3 bilhões na semana do evento. Já no e-commerce, o faturamento foi de R$ 2,6 bilhões, o equivalente a um crescimento de 23%.
Foco do varejo para 2019: De acordo com o estudo da Nielsen, alguns pilares serão essenciais para o setor em 2019:
- Precificação inteligente: A precificação correta dos itens chave pode significar lucratividade e, também, redução de prejuízo. A prática de descontos em itens com baixa elasticidade promocional, e a perda de competitividade daqueles que deveriam ter um controle de preço mais assertivo, é muito comum. Um estudo feito pela Nielsen em 2017 avaliou em R$ 11 bi as promoções subsidiadas pelo varejo e pela indústria que não geraram vendas incrementais.
- Relacionamento com o cliente: Os levantamentos mostram que clientes leais geram aumento de vendas entre 3% e 6%, bem como ampliam a frequência de visitas em 5%. Promoções personalizadas também resultam em acréscimo de 4%, se comparado às promoções não personalizadas.
- E-commerce: A cada ano se consolidando no mercado, o e-commerce tem expectativa de crescimento de 15% em 2019, chegando a R$ 61 bi até dezembro. Tendência forte neste mercado em países como Estados Unidos e Coréia do Sul, a categoria de alimentos e bebidas estão na rota de ascensão no comércio eletrônico nacional.
“Nossos levantamentos estimam 137 milhões de pedidos, um aumento em 12% através do comércio eletrônico, bem como incremento do tíquete médio em 3%, atingindo o valor de R$ 447 por compra. É com base nestes números que indicamos os três pilares como foco de atuação em 2019 para que as metas individuais sejam atingidas e resultem em um fechamento geral melhor do que vimos em 2018”, finaliza Daniel Asp.
53ª Convenção ABRAS e 31ªSuper Rio Expofood
Data: 19 a 21 de março de 2019
Local: Riocentro – Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca, RJ
Horários: a partir das 9h - Convenção ABRAS
A partir das 14h – Super Rio Expofood
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Fonte: Assessoria de Comunicação da Nielsen