Para abastecer Bric, uísque volta a receber investimento

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Noventa anos depois que a Johnnie Walker parou de fazer uísque em Annandale, na Escócia, David Thomson quer pôr a destilaria de volta no mapa mundial da bebida. A destilaria, a 19 km de onde ele cresceu, no sul da Escócia, fechou em 1921. Com 5 milhões de libras esterlinas (US$ 8,3 milhões) em dinheiro, Thomson tem planos de reabri-la em 2011.

 

"Podemos fazer muito mais uísque de malte", diz Thomson, que em 12 de novembro apresentou seus planos ao governo local. O empresário, de 54 anos, não está sozinho.

 

Mais dinheiro está sendo investido em uísque do que em qualquer outro período desde o final da década de 1960, segundo a Associação de Uísque Escocês, de Edimburgo. O motivo, dizem produtoras como a Diageo, é garantir ter o suficiente para abastecer China, Índia, Brasil e Rússia (Bric), e atender a crescente demanda dos fãs de malte.

 

As exportações escocesas de uísque atingiram o recorde de 3,1 bilhões de libras esterlinas em 2008. As vendas totais em volume crescem 2 % neste ano, embora o valor das garrafas tenha caído 4%, diz Hewitt. Os maiores mercados são França e Estados Unidos, mas as empresas contam com Brasil, Rússia e Ásia para crescer.

 

As empresas anunciaram planos de expansão nos últimos dois anos, no total de mais de 500 milhões de libras esterlinas. O uísque é o maior produto de exportação da Escócia, excluindo-se petróleo e gás, diz a associação.

 

O maior investimento isolado dos últimos dois anos foi o da Diageo, a maior fabricante de destilados do mundo e a maior produtora de "scotch". O seu lucro líquido com uísque, incluindo a marca Johnnie Walker, cresceu 7%, para 2,42 bilhões de libras esterlinas nos 12 meses até 30 de junho.

 

A Diageo, cujo uísque de malte mais vendido é o Talisker, gastou 40 milhões de libras esterlinas em uma destilaria próxima a Roseisle (norte da Escócia), como parte de um investimento de 100 milhões de libras esterlinas. "Isso tem a ver com o crescimento nas próximas duas ou três décadas", diz Ken Robertson, diretor de relações corporativas para uísque da Diageo.

 

A Glenmorangie, que a LVMH, sediada em Paris, comprou em 2005 por 300 milhões de libras esterlinas, aumenta a capacidade de sua destilaria em Tain, nas Highlands (região montanhosa da Escócia), em 50%. Junto com engarrafamento e armazenagem, o investimento em dois anos é de 45 milhões de libras esterlinas.

 

Atualmente, há sete novas destilarias sendo planejadas na Escócia, entre elas a de Thomson, segundo a associação. Desde 1995, 18 destilarias que estavam inativas voltaram a produzir.
 


Veículo: Valor Econômico


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