Schin e Petrópolis são bola da vez

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Após aquisição da Femsa, cervejarias brasileiras são apontadas como os próximos alvos das multinacionais

 

Dada a importância das nações emergentes na estratégia das companhias multinacionais, não seria surpresa se o Brasil abrigasse mais uma multinacional em meio ao processo de consolidação do mercado global de cerveja. Depois da holandesa Heineken divulgar nessa semana a compra damexicana Femsa, dona das marcas Kaiser, Sol e Bavária no país, a opinião de especialistas na área é que as cervejarias nacionais Schincariol e Petrópolis passam a ser empresas desejadas pelas gigantes do segmento e que uma nova movimentação no mercado brasileiro não deve demorar a ocorrer.

 

Nesse cenário, a britânica sul-africana SABMiller surge como a grande interessada em dar um golão a curto prazo no barril de cerveja de R$ 30 bilhões que é o mercado brasileiro. Tanto que a companhia era apontada como a principal favorita na aquisição da Femsa. “A SABMiller precisa entrar no Brasil e se consolidar na América Latina, e a compra de uma empresa seria o melhor caminho”, avalia Adalberto Viviani, diretor-presidente da consultoria Concept. “O problema é que agora qualquer negociação com uma cervejaria no país ficou mais cara da noite para o dia com a investida da Heineken”, afirma.

 

Por outro lado, uma nova aquisição por parte da companhia holandesa também é apontada como uma possibilidade para fazer frente ao domínio da AmBev no Brasil, que detém atualmente 70% do mercado. “É certo afirmar que a Schincariol e a Petrópolis são as noivas do segmento. O príncipe pode ser a SABMiller, para entrar no país, ou mesmo a Heineken com um segundo passo no mercado interno”, diz o executivo de uma grande cervejaria do mercado.

 

Foco nacional

 

Apesar das previsões sobre o mercado de cerveja no Brasil, o Grupo Petrópolis (nova denominação adotada pela empresa após o lançamento do energético TNT) afirma não ter sofrido sondagens de multinacionais nos últimos meses e que não há o interesse no momento em negociar ou mesmo fazer parceria comuma grande companhia. “Pode haver um interesse em nossa aquisição mas não temos a intenção de negociar”, afirma Douglas Costa, gerente de marketing do Grupo Petrópolis, destacando a intenção do grupo emcrescer dentro do mercado brasileiro.

 

Segundo ele, a chegada da Heineken é benéfica por acirrar ainda mais a concorrência do mercado com novos investimentos. Procurada, a Schincariol não comentou o assunto.

 

Logística é um dos desafios da Heineken

 

Caso a Heineken aposte na expansão de sua marca própria no Brasil, a cervejaria holandesa terá que montar uma grande estratégia de logística e distribuição para fazer frente às cervejas “populares” do país. De acordo com uma fonte do BRASIL ECONÔMICO, o característico casco verde da marca prejudica a conservação da bebida por deixá-la mais exposta ao sol. “A cerveja fica choca mais rápido”, diz ele. Para Adalberto Viviani, da Concept, a companhia precisa compor a curto prazo uma estratégia para gerir o mix de produtos. “Heineken e Sol parece ser melhor do que Heineken e Kaiser”, diz. A avaliação coincide com o histórico recente da Kaiser, que embora tenha passado pelo controle da Molson e Femsa nos últimos anos, não reconquistou o sucesso da década de 1990. F.S.

 


Veículo: Brasil Econômico


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