Alguns itens, como o açúcar refinado e a aguardente, tiveram alta nos preços de mais de 50%
Apreciar uma caipirinha dentro de casa está custando mais caro ao consumidor. Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que os ingredientes usados no preparo da bebida que é símbolo de brasilidade estão com os preços mais elevados do que a média da inflação no varejo.
De acordo com a FGV, a inflação acumulada em 12 meses até janeiro de limão, açúcar refinado, e aguardente de cana é de 51,78% — onze vezes acima da taxa de inflação média no período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor — IPC (4,42%).
A pesquisa envolve produtos comprados pelo consumidor para elaboração própria da bebida, ou seja, não mensura o impacto do aumento no preço da bebida em bares e restaurantes.
Em alta
A fundação destacou que, entre os ingredientes, a maior taxa de elevação de preços no período é a do açúcar refinado (69,81%); seguida por aguardente de cana (17,94%) e limão (8,93%).
Essa não é a primeira vez que a FGV faz este tipo de levantamento: em setembro do ano passado, a instituição constatou que, somente em São Paulo, para fazer uma caipirinha em casa, o paulistano estaria gastando, em média, 40% a mais na compra dos ingredientes do que gastava no ano passado.
O economista da FGV e responsável pelo levantamento, André Braz, comentou que o calor excessivo nos últimos meses deve ter contribuído para o aumento de consumo da bebida, bem como dos produtos usados em sua elaboração.
Ele observou que a alta na procura deve ser ainda mais intensa nas próximas semanas, devido ao Carnaval. “Provavelmente teremos um aumento na procura e assim uma redução na oferta, levando a novos aumentos de preços (nos produtos)”, comentou. (Da Agência Estado)
Veículo: Correio Popular - Campinas