Coca-Cola aumenta aposta no Brasil

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Empresa quer crescer na classe C e em produtos não-carbonatados

 

Com os investimentos de R$ 2 bilhões anunciados pela Coca-Cola no Brasil para este ano, a companhia mira uma variedade de consumidores que reúne, ao mesmo tempo, características de mercado maduro e potencial de país emergente. Segundo executivos da fabricante de bebidas, esse perfil é o que faz o mercado brasileiro tão especial para a Coca-Cola. A realização da Copa em 2014 e das Olimpíadas em 2016 no País também pesou na decisão de elevar em 14% os aportes no País este ano, em relação a 2009. Até 2014, serão investidos R$ 11 bilhões pela Coca no Brasil. Entre 2005 e 2009, foram aportados R$ 6 bilhões.

 

"Em termos de portfólio, o Brasil tem perfil de mercado maduro. Temos uma ampla oferta de produtos e um enorme potencial de crescimento das categorias lançadas recentemente. Por outro lado, ainda há muito espaço para crescimento do consumo per capita de refrigerantes. Isso mostra que este é o lugar para estar, é o lugar para se investir'', disse hoje o vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, Marco Simões.

 

Em 2008, o consumo per capita de refrigerantes no Brasil foi de 195 doses de 237 ml, segundo relatório anual da Coca-Cola. No México, que tem o maior consumo per capita de refrigerantes do mundo, ele ficou em torno de 650 doses. Nos Estados Unidos, ao redor de 600 doses.

 

Mas se por um lado o País enfrenta limitações de renda para elevar o consumo de refrigerantes por habitante, por outro ele é capaz de absorver um amplo portfólio de inovações, ainda que elas venham acompanhadas de um preço mais salgado.

 

Um bom exemplo desse movimento é a bebida de baixa caloria Aquarius, destinada aos públicos A e B. Em 2009, novos sabores de Aquarius estiveram entre os grandes lançamentos da Coca no Brasil, ao lado de outros produtos de maior valor agregado, como o Matte Leão Orgânico e o energético Gladiator. Não por acaso, ontem, durante a apresentação dos resultados de 2009, o segmento de não-carbonatados foi citado pelo presidente da Coca-Cola Brasil, Xiemar Zarazúa, como destaque.

 

Para elevar o consumo, tanto na classe C ? principal foco da companhia ? como entre os consumidores de maior renda, a aposta da Coca-Cola é a inovação. "O nosso objetivo é melhorar a oferta para cada ocasião de consumo, com aumento do portfólio e diversificação das embalagens", afirmou Simões.

 

O executivo usou o exemplo da volta do PET retornável ao mercado como forma de reduzir o custo das embalagens e, assim, poder oferecer um preço mais competitivo para a classe C. "Percebemos que esses consumidores também dão valor à marca, só não tinham renda disponível para comprar nossos produtos. Voltar ao passado nos permitiu atender às aspirações da classe C'', disse.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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