Globalbev prevê receita de R$ 180 mi

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Entre as estratégias para 2010 estão a abertura de duas fábricas no Nordeste e a aquisição de outra.

 

A belo-horizontina Globalbev Bebidas e Alimentos Ltda, fabricante de energéticos e distribuidora de bebidas e alimentos, com sede no bairro São Francisco, região da Pampulha, é mais um exemplo de empresa brasileira que passou ao largo da crise financeira mundial.

 

Em 2009, o grupo faturou R$ 108 milhões, avanço superior a 120% em relação aos R$ 49 milhões alcançados em 2008. Apontada na segunda edição da pesquisa "As Pequenas e Médias Empresas que mais Crescem no Brasil", realizada pela Deloitte e a revista "Exame PME", como uma das companhias que mais cresce no Brasil, a previsão da Globalbev para este ano é audaciosa: faturar R$ 180 milhões, expansão de 50% sobre 2009.

 

A meta da Globalbev, detentora das marcas Marathon (isotônico) e Flying Horse (energético), tem como âncora o início das operações da unidade de Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira. Foram investidos cerca de R$ 20 milhões, com capital próprio, na planta, que será responsável pela fabricação de produtos à base de frutas, poupas e sucos.

 

Inaugurada no final de 2009, a fábrica de Visconde do Rio Branco tem capacidade para produzir 5 milhões de litros de sucos por ano. Inicialmente, serão gerados 100 empregos. Segundo o fundador e Chief Executive Officer (CEO) da Globalbev, Bernardo Fernandes, essa unidade será responsável pelo processamento de uma linha de produtos saudáveis com apelo esportivo.

 

Além da planta mineira, a Globalbev possui uma fábrica no interior de São Paulo, onde trabalham 300 funcionários, que produz energéticos e isotônicos. Essa unidade opera por meio de parceria. "Com isso, o custo de produção é reduzido e o foco das atividades fica voltado para o desenvolvimento de novos produtos, ações de marketing e distribuição."

 

Outra aposta da Globalbev é no setor de alimentos. Desde 2007, a empresa é distribuidora exclusiva das batatas Pringles da norte-americana Procter & Gamble, uma das maiores do mundo no segmento de bens de consumo. Segundo ele, a batata, que hoje responde por 30% do faturamento, é peça-chave para incrementar a receita da empresa nos próximos anos.

 

Investimentos - A Globalbev possui, hoje, oito unidades de negócios no Brasil. No entanto, disse o executivo, devido ao bom momento por que passa a empresa, será inaugurado um Centro de Distribuição (CD) no Nordeste. Os estados prováveis seriam Fortaleza e Pernambuco.

 

Além disso, a fabricante de bebidas e distribuidora de alimentos já pensa em explorar novos nichos de mercado. De acordo com Fernandes, a partir da segunda metade do ano a empresa deverá inaugurar duas unidades fabris no país, mediante inversões entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões.

 

"A intensão é abrir uma fábrica de água de coco e outra de polpa de açaí. O projeto está em fase final de aprovação e só falta definir o local. Provavelmente será na região Norte ou Nordeste. Certamente as duas unidades entrarão em operação ainda neste ano", adiantou o CEO, sem revelar mais detalhes.

 

Também para este exercício está previsto um incremento de quase 70% na produção de isotônicos e energéticos. Em 2009, foram produzidas cerca de 30 milhões de unidades. Para o executivo, com o aumento do poder aquisitivo do emergente público consumidor das classes C e D no país, a estimativa é fabricar 50 milhões de unidades em 2010.

 

Fernandes revelou, ainda, que a Globalbev irá intensificar a política de aquisições no país. "Até o final do ano pelo menos uma grande incorporação ocorrerá. A meta é registrar faturamento superior a R$ 250 milhões em 2011. Para tanto, além do lançamento de novos produtos, teremos que agregar valor ao grupo com o advento de novas marcas", observou.

 

Primeiros passos - O negócio "Globalbev" foi concebido em 2000, por três jovens empreendedores. A ideia, naquela época, era produzir energético a um preço mais acessível do que os similares do mercado. Para Fernandes, esse foi o "pulo-do-gato".

 

"Naquela época, quando só existiam energéticos importados no Brasil, oferecíamos um produto de qualidade e a baixo custo, já que a produção era 100% nacional. Pouco tempo depois, caímos no gosto do consumidor", lembrou.

 

No entanto, a conquista do mercado doméstico não foi fácil. Fernandes disse que ia pessoalmente nos pontos-de-venda levar os produtos e conversava com os proprietários de lojas de conveniência e supermercados. "Desde o início, acreditávamos em marketing promocional e no treinamento dos distribuidores."

 

No começo da década, a empresa atuava apenas como distribuidora, mas em 2004 comprou os direitos de fabricação da marca Flying Horse, que hoje responde por metade dos negócios da empresa. No ano seguinte, fechou acordo para a distribuição da vodka russa Stolichnaya, responsável por 15% da receita.

 

A Globalbev é, também, importadora exclusiva no Brasil do energético Monster. Atualmente, o grupo possui mais de 50 mil pontos-de-vendas espalhados nos 27 estados brasileiros.

 

Setor - De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir), o setor de bebidas foi um dos três segmentos que tiveram crescimento na produção industrial em 2009, com alta de 5,1%, enquanto a média geral da indústria brasileira foi de 7,4% negativos na mesma base de comparação. Foram produzidos no ano passado 14,3 bilhões de litros, 1,35% a mais do que em 2008.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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