Nem parece cerveja

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Amargas ou hiperalcoólicas, as extremas chegam para desafiar o paladar tradicional


 
Beba com moderação é um aviso sério para os apreciadores das cervejas extremas. Para começar, pelo teor de álcool delas. Enquanto uma cerveja pilsen comum tem por volta de 5% de gradação alcoólica, as extremas, como são conhecidas, começam em 10% e chegam a 40%. “Elas podem ser muito alcoólicas, lupuladas ou maltadas. Alguma característica nelas é extrema”, diz Eduardo Passarelli, dono do bar Melograno, em São Paulo, que está trazendo para o Brasil a Samuel Adams Utopias, uma das mais caras e fortes do mundo, com gradação alcoólica de 25%. Importada dos Estados Unidos, cada dose sai por R$ 75. “O que lembra uma cerveja comum é o sabor do malte”, diz Passarelli. A novidade tem sido bem recebida aqui. “O brasileiro começa a apreciar cervejas mais elaboradas”, diz Cassio Piccolo, dono do Frangó, em São Paulo, pioneiro no segmento de cervejas diferenciadas. As extremas surgiram há cerca de dez anos entre as microcervejarias artesanais nos Estados Unidos, inspiradas na variedade de ingredientes e sabores das cervejas belgas, que usam açúcares, frutas e especiarias para aumentar a densidade e complexidade da bebida.

 

São feitas em pequena escala e têm pouco gás, porque ele não resiste bem a essa proporção de álcool. Como a ideia é criar produtos surpreendentes e fora do comum, as cervejarias que as produzem costumam trazer novidades inusitadas. A cada ano, os produtores artesanais criam e aperfeiçoam receitas, elaborando cervejas mais fortes e complexas, muitas com até dez vezes mais lúpulo do que as versões industriais. A detentora atual do recorde de mais forte é a recém-lançada Sink The Bismarck, da cervejaria escocesa BrewDog, com estonteantes 41% de gradação alcoólica, semelhante a destilados como vodca e cachaça. A segunda mais forte é a alemã Schorschbock 40, lançada também este ano, com 40% de álcool por volume. Como é impossível obter essa proporção de álcool apenas por fermentação, a rigor essas bebidas não podem ser consideradas cervejas, segundo a mestre cervejeira Cilene Saorin. “São bebidas licorosas à base de cerveja, para final de refeição, como um licor ou um conhaque”, diz.

 

Veículo: Revista Isto É


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