Enquanto os concentrados perderam espaço neste ano, os sucos prontos cresceram, com destaque para os feitos à base de soja. De acordo com levantamento da Nielsen, no primeiro semestre deste ano, os brasileiros consumiram 19,25% mais suco à base de soja. "Houve um recuo no preço desse produto de 4,7%, porque há no mercado muitas marcas concorrendo", explica Juliana Carnicelli, coordenadora de consultoria analítica da Nielsen.
O resultado é que as indústrias de alimentação estão pagando mais pela soja não-transgênica e com características específicas para esse setor. "Até então, o prêmio para esse grão era de 5% em comparação com o não-rastreado. Este ano, esse ágio está em 10%", diz Daniele Sabatke, diretora da Granex, empresa especializada em segregação de grãos. Segundo ela, isso se deve a uma menor oferta de grãos não-transgênicos e segregados no País. "Esse mercado está ficando cada vez mais específico, mais especializado", diz a diretora da Granex, que neste ano obteve certificação internacional em segregação de soja.
Ela explica que essa soja tem aspecto mais claro e maior teor de proteína para atender a demanda desse tipo de indústria. O teor protéico é de 40%, ante os 20% da soja destinada às indústrias tradicionais de farelo e óleo. "Isso exige cuidados no plantio, na colheita, com limpeza de maquinário, no transporte e, principalmente, na armazenagem", detalha a diretora da Granex.
A estimativa é que no Brasil sejam movimentados 6 milhões de toneladas de soja rastreada, equivalente a 10% da produção nacional, que deve ser um pouco acima de 60 milhões de toneladas nesta safra.
Veículo: Gazeta Mercantil