Terminou sem conclusão a negociação iniciada ontem entre os representantes da Ambev, a maior fabricante de bebidas das Américas, que fabrica as marcas Brahma e Antarctica, entre outras, e o governo sobre a proposta de congelamento da carga tributária incidente nas cervejas e refrigerantes.
Para evitar o aumento da cobrança das contribuições PIS e Cofins e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de bebidas, os empresários garantiram ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que a arrecadação de tributos federais do setor aumentará 10% neste ano, em decorrência do aumento das vendas, sem que seja necessário reajustar os valores sobre os quais os tributos são calculados.
Os representantes da empresa se comprometeram também, a fazer investimentos da ordem de R$ 4 bilhões neste ano, na construção e ampliação de fábricas e de centros de distribuição.
O Ministério da Fazenda recebeu a demanda feita pela Ambev, mas não deu resposta definitiva, preferindo analisar a proposta. A área econômica pretende analisar os efeitos, nos cofres da Receita Federal, de um eventual reajuste dos valores que compõem a base de cálculo.
O Ministério da Fazenda levará em conta que uma elevação da carga tributária para o setor de bebidas pode resultar em repasse automático para os preços cobrados do consumidor.
Além de efeitos sobre a inflação, serão avaliados, ainda, os riscos de decisões de caráter impopular, como o aumento do preços da cerveja, às vésperas da realização da Copa do Mundo de futebol, na África do Sul.
Um novo encontro entre os representantes da Ambev e os do governo será marcado em data ainda a ser definida para definir o assunto. Nesse meio tempo, a empresa se comprometeu a manter os investimentos programados.
Veículo: Valor Econômico