AB-InBev tenta levantar a Budweiser

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Carlos Brito, CEO da AB-InBev, afirmou que a fabricante de cerveja belgo-brasileira está enfrentando uma queda inesperada no consumo de cerveja nos Estados Unidos (EUA), puxada por uma queda na popularidade da marca Budweiser. No entanto, mesmo com os desafios financeiros e operacionais que a InBev herdou após a audaciosa aquisição da Anheuser-Busch em 2008, por US$ 52 bilhões, Brito garante que a empresa vai reforçar a venda da Budweiser nos EUA, além de lançar a cerveja Stella Artois no país.

 

Nas próximas quatro semanas, durante a Copa do Mundo, consumidores de todo o mundo verão mais anúncios de TV e cartazes da Budweiser do que qualquer outra marca de cerveja, reflexo de uma campanha de marketing que a AB-InBev faz durante o campeonato. Em solo americano, no entanto, onde a Budweiser viu suas vendas caírem nas últimas duas décadas - além de o futebol ter popularidade inferior à do futebol americano e do beisebol -, os executivos da AB-InBev já perceberam que a reversão do cenário custará mais do que um patrocínio esportivo. "Estabilizar a Budweiser é muito importante para nós", disse Dave Peacock, presidente de operações da AB-InBev nos Estados Unidos.

 

Nos últimos 22 anos, a Anheuser-Busch viu a participação da Budweiser cair nos EUA porque o gosto dos consumidores passou a privilegiar cervejas mais leves. Por outro lado, o crescimento da marca Bud Light mais do que compensou as perdas com a Budweiser.

 

Em 1988, a participação da Budweiser do mercado americano atingia 26%, enquanto a jovem marca Bud Light rompia a marca de 5%, segundo a empresa. Em 2009, no entanto, a fatia da Bud Light atingiu 19,3%, segundo dados da Beer Marketer's Insights (BMI), enquanto a Budweiser viu seu mercado encolher para apenas 9,3%. Dessa queda, quase dez pontos percentuais foram registrados a partir de 2008.

 

As duas marcas ainda lideraram a venda de cervejas nos EUA. Com a erosão de sua fatia de mercado, no entanto, a Budweiser corre o risco de ficar atrás de sua concorrente mais próxima, a Coors Light, que cresceu ligeiramente no ano passado, apesar do declínio geral nas vendas de cerveja registradas no país, com queda de 8,3% no setor.

 

Se considerado todo o mercado americano de cerveja, a AB-InBev é dona de 48,9% do setor, enquanto a Miller Coors - fusão da SAB Miller e a Molson Coors - tem 29,5%, segundo a BMI. "Houve uma compensação entre a Budweiser e a Bud Light", diz Peacock. "Mas vamos reequilibrar essas operações."

 

Dentro da AB-InBev, os executivos brasileiros ligados à InBev já demonstraram que são capazes de ampliar as vendas e retomar resultados de marcas enfraquecidas. Foi o que a companhia fez com a Stella Artois, que passou por um reposicionamento. A Budweiser "será uma clássica história de reconquista de mercado, como fizemos com a Stella Artois no Reino Unido", disse Carlos Brito.

 

Segundo Peacock, a AB-InBev analisa o plano que adotará para reposicionar a Budweiser, mas que certos elementos da cerveja já são patrimônio histórico e não mudarão, como a embalagem de cor vermelha (em comparação com o azul da Bud Light) e seu processo único de fermentação
 

 

Veículo: Valor Econômico


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