PepsiCo tenta aumentar consumo de água de coco

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Bebidas: Parcerias com produtores visam reduzir preço nas gôndolas

 

O Brasil é um dos poucos países do mundo onde existe o hábito de se tomar água de coco. "No exterior, a água de coco é ainda considerada uma bebida muito exótica", diz Jorge Tarasuk, vice-presidente de operações da divisão de alimentos América Latina da PepsiCo. Em agosto de 2009, a companhia americana foi a primeira multinacional no mundo a investir na bebida, com a compra da brasileira Amacoco, dona da marca Kero Coco, líder de mercado. Hoje, um ano e cinco meses após a aquisição, a PepsiCo revela sua estratégia para aumentar o consumo da bebida industrializada, ainda muito baixo em comparação com seu maior rival: o mercado de coco fresco, vendido em carrocinhas e barracas.

 

"Há ainda muito poucos números sobre o mercado de água de coco, mas calcula-se que o coco fresco, vendido nas ruas, responda por 80% do volume consumido no país", diz Newton Yorinori, diretor agrícola da divisão de alimentos América Latina da PepsiCo.

 

Mesmo assim, as vendas de água de coco embalada em caixinhas Tetra Pak vêm crescendo a passos largos. "O mercado cresceu 18% em volume em 2010 e a PepsiCo teve um desempenho em linha com esse número", diz Tarasuk.

 

O problema é que a parcela de consumidores regulares do produto, apesar de ter crescido, ainda continua pequena. Em 2009, segundo a revista especializada Super Hiper, com dados da Kantar Worldpanel, 7,8% dos consumidores tomavam água de coco industrializada regularmente. No ano passado, esse número passou para 9,8%. Mas ainda é bem pouco se comparado com o percentual de 37% das bebidas à base de soja - e é quase nada em relação ao percentual dos refrigerantes: 98,3%.

 

O desafio da PepsiCo é exatamente esse: aumentar o número de consumidores da bebida. Uma das barreiras é o preço. Nos supermercados de São Paulo, por exemplo, um litro de água de coco varia entre R$ 5,50 e R$ 6. Na rua, o coco verde sai por R$ 3, em média.

 

"É o mesmo produto, até mais fresco. Não colocamos nenhum tipo de conservante e entre o corte do coco na fazenda e o envase na fábrica não levamos mais de 18 horas. Além desse tempo, o coco começa a se degradar. Já o coco das ruas leva dias entre ser colhido e vendido", diz Tarasuk.

 

Desde a aquisição da Amacoco, a PepsiCo tem comprado a fruta de fazendeiros do Nordeste e do Pará, além de contar com a produção das duas fazendas próprias em Petrolina (PE) e em São Mateus (ES). As duas unidades, entretanto, respondem por apenas 20% do volume que a companhia compra.

 

"Para oferecer um preço melhor ao varejo, precisamos melhorar a produtividade e conseguir regularidade na entrega dos produtos", explica Yorinori. Todo verão, os compradores que suprem os vendedores de coco fresco compram a maior parte da produção das fazendas brasileiras, fazendo o preço do fruto aumentar.

 

Para conseguir mais regularidade no fornecimento, a PepsiCo tem oferecido contratos de exclusividade aos produtores, propondo preço fixo e compra uniforme em volume durante todos os meses do ano. "Em contrapartida, damos assistência técnica para melhorar a produção do coqueiral", diz Yorinori. A produtividade média nacional, segundo a PepsiCo, é de 4 mil toneladas por hectare ao ano. Com técnicas de fertilização e preparo do solo (a própria casca do coco pode ser usada para enriquecer o terreno do coqueiral), a PepsiCo conseguiu no último ano em suas fazendas uma produção entre 12 mil e 15 mil toneladas por hectare. "São três vezes mais que a média. Qualquer melhora no cultivo é sensível pois as fazendas de coco no Brasil ainda são muito rudimentares", diz Tarasuk. A empresa espera colher resultados dessa estratégia dentro de dois a três anos.

 

Veículo: Valor Econômico


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