Fabricante de bebida aposta em garrafas retornáveis

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Os mais saudosistas devem lembrar da época em que os refrigerantes vendidos nos supermercados vinham em embalagens retornáveis de vidro. Pois esta é uma tendência que voltou, tendo como alvo a população de baixa renda nos bairros periféricos.

 

A alta no endividamento da população provocou recuo nas vendas neste início de ano, e as empresas investem nas embalagens retornáveis para fidelizar o consumidor e alavancar os resultados. O preço do refrigerante nestes vasilhames é até 41% menor em relação à tradicional garrafa de plástico.

 

De olho no comportamento do setor, a Ambev (Companhia de bebidas das Américas) colocou no mercado a embalagem de um litro retornável do Guaraná Antarctica. Somente na região, 7.000 estabelecimentos venderão a bebida por R$ 2. A partir da segunda compra o valor será de R$ 1.

 

"Estudamos a volta desta embalagem por cinco anos. A garrafa estabelece vínculo emocional com o consumidor e faz parte da estratégia da empresa para elevar as vendas", diz o gerente de inovações, Thiago Ely.

 

Na Coca-Cola Brasil, a adesão a esse tipo de embalagem elevou a receita em 13% no segundo trimestre de 2010. Além da embalagem de vidro, foi adotado em 2008 o vasilhame de PET (Politereftalato de Etila), que pode ir e voltar do cliente para a fábrica 25 vezes.

 

Por enquanto, as vendas do Guaraná Antarctica retornável vão abranger apenas o Estado de São Paulo. Nos próximos meses a expectativa é avançar para o Sudeste e o Nordeste.

 

Ely destaca que a intenção é de que o produto se encaixe no orçamento das famílias das classes C, D e E. Segundo o gestor, dados da Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas) mostram que o consumidor prefere saldar as dívidas a comprar não essenciais.

 

Oportunidade - O Supermercado RV, de São Bernardo, está entre os estabelecimentos abastecidos pela Ambev a partir do centro de distribuição localizado em Diadema. Para o proprietário Amilton Viana, o preço atrativo das bebidas com garrafas retornáveis aumenta o fluxo de clientes na loja.

 

"Ao vender mercadoria barata o consumidor se acostuma com o endereço e quando precisa do produto vai direto no mercadinho mais próximo de casa", pontua. Viana considera que os pontos negativos são o trabalho para controlar e manejar os vasilhames e a margem de lucro pequena.

 

Ele paga R$ 0,86 por litro de Guaraná Antarctica e vende por R$ 1.

 

Entretanto, a negociação com a Coca-Cola é mais vantajosa: desembolsa R$ 1,09 pelo litro e vende a R$ 1,49.

 

Quando o produto é a PET de dois litros paga-se R$ 2,19 e vende-se por R$ 2,49. "Para o cliente é vantagem comprar marcas líderes por preços baixos. As empresas estão lucrando bastante. Um distribuidor da Coca disse que a empresa deverá lançar versões PET da Fanta e Sprite", finaliza.

 

Preços dos refrigerantes avançam 5,2% em dois anos

 

Levantamento realizado pela empresa de pesquisa GfK aponta que o preço médio pago pelo litro do refrigerante no País avançou de R$ 2,22 em novembro de 2008 para R$ 2,34 no mesmo mês do ano passado, o equivalente a reajuste de 5,2%.

 

A análise revela que o aumento foi mais intenso na região Sudeste (6,2%) e no Norte (4,5%). Enquanto o Nordeste do País teve alta de 0,9%, além de ter o menor preço do litro da categoria, 9% inferior à média nacional, custando R$ 2,12.

 

Valores - Outro item avaliado pelo estudo da GfK foi a oscilação de preço nas duas principais embalagens da categoria. Embalagens PET dois litros tiveram aumento de 6,2% no preço médio no País, passando de R$ 2,26 para R$ 2,40, com maior alta ocorrendo na região Sudeste (6,7%).

 

Consumo - Balanço divulgado pela Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerante e de Bebidas não Alcoólicas) aponta que em 2010, os brasileiros consumiram quase meio milhão de litros da bebida.

 

Foram 15,7 bilhões de litros produzidos no período - o que representa crescimento de 3,7% frente a 2009.

 

Veículo: Diário do Grande ABC


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