A ExpoVinis, que é o maior salão de vinhos da América Latina, já foi dominado pelos vinhos estrangeiros, principalmente franceses, portugueses e italianos, mas, há cinco anos, graças à intervenção do Instituto Brasileiro do Vinho, criado no Rio Grande do Sul, o vinho brasileiro começou a predominar. Na primeira ação do Ibravin, há cinco anos, eram apenas cinco vinícolas gaúchas presentes. Depois, pulou para 25, 35, 38 e, hoje, são 47, só perdendo, em número, mas não em área ocupada, para a França, cujo estande representa 64 vinícolas. Esta presença francesa se explica pelas dificuldades que os franceses estão encontrando para vender vinhos na Europa e nos Estados Unidos. Inclusive, tiveram que baixar os preços, o que, se traz concorrência, também traz uma vantagem, segundo a crítica de vinhos Silvia Mascela Rosa. “Os próprios produtores brasileiros terão mais oportunidade de beber vinho francês, ao invés de argentino ou chileno, e comparar com seu próprio produto.”
Maria Valduga
Um dos maiores sucessos de público na ExpoVinis está sendo a degustação do espumante Maria Valduga, da Vinícola Casa Valduga, de Bento Gonçalves. Em embalagem luxuosa, com rótulo em metal dourado, o vinho é uma homenagem à matriarca da família, que sugeriu a produção de espumante pelo método tradicional champenoise. É um espumante de uvas chardonnay e pinot noir, do Vale dos Vinhedos, que fica quatro anos no silêncio e na penumbra das caves subterrâneas da Valduga.
Exportação
Duas notícias positivas para o vinho brasileiro:aumento da exportação no primeiro trimestre de 2011 e melhor preço pago pelos compradores. Andréia Gentilini Milan, do projeto Wines of Brasil, divulgou, ontem, que as exportações brasileiras de vinhos, no primeiro trimestre, chegaram a US$ 544 mil, mais que duplicando o valor do mesmo período de 2010.
Marselan
O mais novo integrante da família de vinhos da Viapiana Vinhos e Vinhedos, de Flores da Cunha, já está dando o que falar. O VIA1986 Marselan foi classificado entre os cinco melhores tintos nacionais inscritos no concurso Top Ten, da ExpoVinis, de São Paulo. “O Marselan se adaptou muito bem ao clima, à altitude e às características de solo de Flores da Cunha. Por isso, acreditávamos muito no potencial deste vinho e estamos o apresentando durante a feira. Levamos o vinho para um pré-lançamento, ainda sem rótulo, inclusive. A terceira posição, entre os cinco melhores nacionais, mostra que todo o trabalho com este produto foi válido”, afirmou o enólogo EltonViapiana.
Na China
O Miolo Wine Group, que possui um dos maiores estandes na ExpoVinis, está comemorando, principalmente, a penetração dos seus vinhos em marcados internacionais. O diretor Adriano Miolo e seus enólogos brindaram, por exemplo, o fato de que, aos poucos, estão conquistando o gosto dos apreciadores de vinhos de Hong Kong e China. Depois de embarcar seu segundo contêiner de bebidas à região em abril, a empresa passou a fazer parte da carta de vinhos do tradicional restaurante Hugos, situado no Hotel Hyatt, no maior centro financeiro da Ásia. Os frequentadores do local podem degustar o Miolo Lote 43, um dos vinhos mais reconhecidos do Grupo.
Veículo: Jornal do Comércio (RS)