A InBev finalizou ontem a aquisição da Anheuser-Busch, fabricante da cerveja Budweiser. Desde o acordo com o conselho da empresa norte-americana, em julho, os executivos da InBev trabalhavam para conseguir levantar os US$ 52 bilhões, ou US$ 70 por ação, para concluir a compra. Nesse período, com o agravamento da crise internacional, a companhia belgo-brasileira teve que adiar uma emissão secundária de ações que ajudariam a financiar a oferta. Para financiar o negócio, a empresa garantiu um empréstimo de R$ 45 bilhões - financiado por um consórcio de vários bancos que inclui Santander, ING, JP Morgan, entre outros - e um empréstimo-ponte de US$ 9,8 bilhões.
A empresa também possui um plano para se desfazer de ativos considerados não-estratégicos. Em teleconferência na semana passada, Carlos Brito, presidente da Anheuser-Busch InBev, afirmou que tem uma lista de cinco ativos que estão à venda.
Ontem mesmo, com a confirmação da aquisição, a empresa modificou toda sua identidade visual, adotando logomarca A-B Inbev. Em comunicado, a companhia informou que a partir de 20 de novembro adotará o símbolo ABI na Bolsa de Bruxelas, onde tem ações.
Na última segunda-feira, as ações da Anheuser-Busch fecharam cotadas a US$ 68,58. A InBev pagou US$ 70 por ação.
Em comunicado, Brito classificou a transação como "histórica" e afirmou que a nova empresa tem "grande potencial para crescer em todo o mundo".
Com a conclusão do negócio, a Anheuser-Busch InBev se distanciou das concorrentes como maior cervejaria do mundo, com produção anual superior a 450 milhões de hectolitros. A nova empresa figurará entre as cinco maiores fabricantes de produtos de consumo do mundo, com receita de US$ 36,1 bilhões e mais de 200 marcas. A nova empresa será a primeira ou a segunda em mais de 20 mercados.
Ainda ontem, o Ministério de Comércio da China autorizou a aquisição da Anheuser-Busch pela InBev - última autorização esperada - mas impôs algumas condições. Segundo o órgão, a nova empresa não poderá ampliar a participação de 27% que a Anheuser-Busch possui na Tsingtao Brewery, assim como não poderá elevar os 28,56% de participação que a InBev já possui na Zhujiang Brewery. O órgão chinês também definiu que a A-B InBev não poderá ter participação na Beijing Yanjing Brewery e na China Resources Snow Breweries, que produz a cerveja Snow Beer. A China Resources Snow Breweries é uma parceria entre a SABMiller, segunda maior cervejaria do mundo, e a China Resources Enterprise.
Mudanças
Com a conclusão do negócio, mudanças já anunciadas pela nova empresa deverão ser efetivadas. Luiz Fernando Edmond, atual presidente da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev), assumirá a divisão norte-americana da nova companhia a partir de janeiro.
Veículo: Gazeta Mercantil