A Louis Dreyfus Commodities (LDC) reagiu ao avanço das concorrentes no setor de produção de suco de laranja no Brasil e finaliza a aquisição - por meio de compra ou arrendamento - da planta de produção da bebida da Cocamar em Paranavaí (PR). A unidade, a primeira do Paraná, iniciou a operação em 1994 e tem capacidade para processar 6 milhões de caixas de 40,8 quilos da fruta por safra, com a possibilidade de dobrar esse volume.
A companhia informou que só deverá se pronunciar oficialmente sobre o negócio após a assinatura do contrato, prevista para o início da próxima semana. Em entrevista à Agência Estado, o presidente do Conselho da LDC, Kenneth Geld, afirmou apenas que "um negócio do setor de suco será anunciado pela companhia nos próximos dias", mas não quis dar detalhes. Já Cocamar informou que só se pronunciaria sobre o negócio na próxima semana.
Geld afirmou ainda que a Louis Dreyfus Commodities não irá seguir os caminhos das concorrentes - Cutrale e Citrovita/Citrosuco -, que preveem investimentos na produção de suco na região sudoeste paulista, para onde se expande a fronteira citrícola. Já na região do Paraná onde está a Cocamar, no noroeste do Estado, há uma produção da fruta consolidada há mais de duas décadas.
A Cutrale anunciou recentemente que pretende transferir os ativos das fábricas inativas da Bascitrus e da KB Citrus para uma nova unidade a ser construída na região sudoeste paulista. No mercado, comenta-se que a unidade da Citrovita que será fechada em Matão, região central de São Paulo, até meados deste ano, também será transferida para o sudoeste.
Expansão. Geld revelou, ainda, que a LDC vai investir na ampliação da unidade de Matão, para aumentar a capacidade de recebimento de laranja. "Precisamos melhorar o processo de recebimento da fruta, que é sempre um dos gargalos nas fábricas, principalmente em safras grandes como a do ano passado", disse.
Na safra 2011/12, encerrada recentemente, as três plantas da LDC em São Paulo - além de Matão, há outras nos municípios de Bebedouro e Engenheiro Coelho - processaram cerca de 70 milhões de caixas de laranja, um aumento de 90% sobre o volume processado em 2010/11.
Segundo André Roth, presidente da LDC na região da América Latina que engloba o Brasil, a elevação no processamento ocorreu pelo crescimento da oferta da fruta na safra, uma das maiores da história.
Veículo: O Estado de S.Paulo