Encontro na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, marcou oficialmente a fundação da Associação da Indústria Cervejeira de Ribeirão Preto. A entidade vai reunir fabricantes, fornecedores, distribuidores e bares e restaurantes de cidades da região. Um dos objetivos é criar o Polo Cervejeiro como atração turística do município capaz de atrair recursos e promover a produção local de cerveja gourmet.
Ribeirão Preto possui quatro fábricas e a região, outras três além de vários fornecedores de equipamentos para o setor. A iniciativa de reunir empresas e entidades interessadas foi do vereador Gilberto Abreu que abriu a discussão no Fórum Permanente de Debates de Problemas Urbanos da Câmara Municipal, criado por ele.
O vereador destacou que Ribeirão Preto é conhecida internacionalmente como produtora de cerveja de qualidade desde o início do século passado, com a chegada dos imigrantes italianos.
A cidade abrigou uma das maiores fábricas do país e, hoje, dedica-se à produção artesanal, com destaque internacional.
Gilberto alertou também para a necessidade de conservação do Aquífero Guarani, que fornece a água de qualidade com que é produzida a cerveja.
Participaram do encontro o secretário municipal de Turismo, Tanielson Campos, que anunciou a proposta de criação da Festa da Cerveja de Ribeirão Preto, e representantes da Associação Comercial e Industrial, da Fundação Instituto Polo Avançado de Saúde (Fipase), do Sebrae, da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, de cervejarias da região e de restaurantes tradicionais da cidade, como o Pinguim. Falta aprovar o estatuto da entidade, que deverá ser discutido na próxima reunião.
Polo com 20 empresas
Um grupo de 20 empresas, entre elas fabricantes de cerveja artesanal e fornecedores de bens e serviços, formarão o polo cervejeiro em Ribeirão Preto.
O objetivo é reduzir custos de produção e ampliar os negócios. Conforme estimativa Fipase, a produção da Colorado, Invicta e da Lund, as três cervejarias do padrão gourmet em atividade em Ribeirão Preto, deve crescer até 10% com a formação do polo.
A estimativa é que a atual produção de 120 mil litros deve subir para 135 mil litros no prazo de um ano após a entrada em vigor do pólo. As três cervejarias geram hoje 70 empregos diretos.
O polo também deverá ter um fabricante de cerveja da cidade de São Carlos.
Cadeia produtiva
Segundo o coordenador da Fipase, Marcos Papa, o polo envolve toda a cadeia produtiva na fabricação da cerveja artesanal. A produção envolve produtores de mel e rapadura e pelo menos dois fabricantes de garrafas para envase de Porto Ferreira, três produtoras de chopeiras em Ribeirão Preto e um fabricante de barris em Sertãozinho. Para o consumidor, o preço pode cair com o passar do tempo, a partir da redução de custos. Ao comprar garrafas em conjunto, por exemplo, as empresas devem obter custos até 10% menores. Outro fator que pode pressionar o preço para baixo é a discutida redução do ICMS dos atuais 18%. "Com a diminuição do imposto, a compra conjunta e maior alcance dos produtos o propósito é crescer", diz Rodrigo Silveira, sócio da Invicta.
Veículo: DCI