O executivo Fernando Terni, que assumiu o comando da fabricante de bebidas Schincariol há dois anos, está deixando o cargo. O comando executivo do grupo volta para as mãos da família que controla a empresa: Adriano Schincariol volta a ser o presidente e Gilberto Schincariol passa a responder pela vice-presidência de operações.
No comunicado distribuído pelo grupo, a mudança, que surpreendeu até os concorrentes, é atribuída ao atual momento econômico, definido como de grande volatilidade. Para enfrentá-lo, a empresa pretende "dar maior velocidade aos seus processos decisórios", o que justificaria a volta dos acionistas ao dia-a-dia dos negócios.
Nos bastidores, o que se diz é que a medida foi tomada há menos de uma semana, motivada pela insatisfação dos acionistas com Terni pelo não cumprimento de metas estabelecidas. Em especial, as relativas ao aumento de participação de mercado e de rentabilidade. A empresa patina em torno de 12,5% de market share há mais de um ano, mesmo após fortes investimentos em marketing e aquisições, como as das marcas de cervejas premium Devassa, Baden Baden e Eisenbahn.
A contratação de Terni, profissional de carreira bem-sucedida e que ocupava a presidência da Nokia Brasil até assumir a Schincariol, em fevereiro de 2007, fez parte do processo de reorganização dos negócios iniciado pela companhia em outubro de 2004. A cervejaria vinha de um período difícil enfrentando problemas com a Justiça por acusações de sonegação de impostos, e chegou a ter 60 profissionais presos.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ