A Anheuser-Busch InBev anunciou ontem que vai eliminar cerca de 1,4 mil empregos nos Estados Unidos - o equivalente a 6% de sua força de trabalho no país. O corte, segundo a empresa, vai gerar uma economia de pelo menos US$ 1,5 bilhão por ano. A companhia tem uma dívida de US$ 65 bilhões com bancos. Desse total, há um empréstimo-ponte de US$ 9,8 bilhões que vencerá em maio do ano que vem.
A companhia disse que três quartos das demissões ocorrerão na sede, em St. Louis, tanto nos escritórios que ficam no centro da cidade como na fábrica de Sunset Hills. O total de empregos eliminados vai além dos que foi anunciado pela Anheuser-Busch, em julho, com o objetivo de reduzir custos antes da companhia concordar em ter seu controle tomado pela InBev. Na época, a meta era economizar US$ 1 bilhão por ano.
Agora, a Anheuser-Busch disse que as demissões a ajudarão a economizar pelo menos US$ 1,5 bilhão por ano até 2011 e suportar uma "economia difícil". A maior parte dos cortes será feita no fim do ano.
A Anheuser-Busch fornece metade da cerveja consumida nos Estados Unidos mas não conseguiu crescer tão rapidamente no mundo como a InBev - a companhia belgo-brasileira que controla centenas de marcas locais mas poucas conhecidas mundialmente. A InBev fechou a compra da Anheuser-Busch no mês passado. As novas demissões significam que a cervejaria vai perder cerca de um quarto dos funcionários assalariados que ela tinha no começo de 2008.
Mais de 250 cargos não preenchidos serão extintos e 415 posições em regime de empreita serão eliminadas. Cerca de um quarto das demissões ocorrerão em campo e nas unidades de produção, segundo a empresa. "Esta é uma medida necessária mas difícil para a companhia", disse o presidente da Anheuser-Busch David A. Peacock. Os funcionários que fazem parte de um sindicato que alcança as 12 unidades de produção nos EUA não serão afetados. A InBev havia prometido não fechar nenhuma dessas unidades, contanto que não fosse obrigada a pagar impostos extras. As dispensas vão custar à companhia US$ 197 milhões antes dos impostos, a maior parte em pagamentos de desligamento e benefícios previdenciários.
A InBev é conhecida por seu rígido controle de custos desde que a companhia for formada em 2004, pela fusão da AmBev do Brasil com a Interbrew da Bélgica. A atenção aos custos da equipe brasileira foi uma surpresa para as operações européias.
Veículo: Valor Econômico