O plano de recuperação judicial da Sucos do Brasil, fabricante da marca da marca Jandaia, com sede em Pacajus, no Ceará, foi aprovado em assembleia geral de credores no começo do mês e deve ser posto em prática nos próximos dias, com a homologação judicial.
A empresa tem uma dívida de R$ 117 milhões, que contou com deságio médio de 40%. O montante principal, de R$ 93 milhões, será pago a credores sem garantias reais (bancos, fornecedores e terceiros), num prazo de nove anos. Dívidas a credores sociais serão pagas em 90 dias. Débitos trabalhistas devem ser pagos à vista. A empresa também deve R$ 50 milhões a dois fundos de investimento, cuja negociação será tratada separadamente.
Há três anos, quando a Sucos do Brasil entrou com pedido de recuperação judicial, a consultoria de gestão Lima e Keppler implantou um programa de redução de despesas, além de focar em produtos de maior margem de lucro e substituir canais de atacado por varejo. Segundo o advogado Roberto Carlos Keppler, em 2010 o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) era negativo. Agora é 9,13% da receita. As despesas operacionais encolheram 36%, para R$ 23 milhões, entre junho de 2010 e fevereiro de 2013.
Em maio de 2010, quando a dona dos sucos Jandaia entrou com pedido de recuperação judicial, o volume de vendas havia caído 60% em relação ao ano anterior. A empresa, que exportava para 23 países, reduziu seus negócios internacionais para apenas seis destinos. Além disso, segundo Keppler, havia altos custos financeiros, perda da capacidade produtiva por falta de capital de giro e perda de credibilidade junto a varejistas, que não conseguiam ter os estoques repostos.
Depois de arrumar a casa, a marca Jandaia deve enfrentar pesos pesados na categoria de sucos prontos para beber, onde pretende aumentar o foco, em detrimento dos sucos concentrados, onde as margens são mais magras. Segundo a revista "Superhiper", 51,6% desse mercado está nas mãos da Coca-Cola, dona das marcas Del Valle, Kapo e Del Vale Caseira; da Wow, fabricante do suco Su Fresh; e da Ebba, dona da Maguary.
De janeiro a abril de 2012 foram consumidos, segundo a Nielsen, 222,7 milhões de litros de sucos prontos para beber no Brasil. O aumento é de 10, 1% sobre igual período do ano anterior.
Veículo: Valor Econômico