Gigante de bebidas teve lucro 4% menor, após consumo no mundo subir só 1%; no Brasil, vendas ficaram estagnadas
A Coca-Cola teve lucro líquido 4% menor no segundo trimes- tre, com ganho de US$ 2,68 bilhões. No mesmo período do ano passado, a companhia teve lucro de US$ 2,79 bilhões. O resultado foi afetado por resultados abaixo do esperado em diversos mercados, que a empresa associou a condições climáticas desfavoráveis – ou seja, o clima não teria sido suficientemente quente para aquecer as vendas de refrigerante.
“Nosso resultado de volume no segundo trimestre veio abaixo das expectativas, refletindo tanto alguns desafios econômicos em nível global quanto as condições climáticas desfavoráveis em vários de nossos mercados”,afirmou,em comunicado, Muhtar Kent,presidente da Coca-Cola Company.“Apesar deste sobressalto no trimestre, te-mos confiança de que nossos resultados serão melhores no segundo semestre;”
A alegação sobre a temperatura foi ironizada em reportagem da revista Business Week , que recomendou que a empresa contratasse um meteorologista e ponderou que,nos Estados Unidos, a temperatura média entre abril e junho não foi muito diferente da dos últimos anos.
No mercado americano, o principal da Coca-Cola, o desempenho da empresa também foi afetado pela redução geral do consumo de refrigerantes,reflexo do alto índice de obesidade. O volume consumido do principal produto da Coca-Cola caiu 4% no país de abril a junho. As vendas têm caído no país – o resultado foi negativo em 20 dos últimos 26 trimestres.
A Coca-Cola está tentando se afastar da imagem de ser pouco saudável e se esforça para desenvolver produtos que não façam mal à saúde. A empresa pensa em lançar, nos EUA, uma bebida adoçada com produtos naturais, como a stévia. Trata-se do projeto Coca-Cola Life, iniciado,e em fase detestes,na Argentina. Mesmo com esse produto novo,no entanto,executivos da empresa dizem ter consciência de que será difícil vender a Coca- Cola como “saudável”.
Na América Latina,de acordo com a companhia, os números de faturamento foram mais positivos,com alta de 2% no segundo trimestre.As vendas em volume no Brasil, no entanto, ficaram abaixo do já fraco resultado mundial. No consolidado, o volume de vendas da empresa subiu 1% no segundo trimestre, e o resultado ficou estagnado em relação ao ano passado.
Veículo: O Estado de S. Paulo