A Copa das Confederação impulsionou um aumento de 3,6% no volume de cerveja produzido no Brasil em junho, em relação a um ano antes. A performance no mês, no entanto, não foi suficiente para compensar o ritmo fraco registrado em abril e maio. Com isso, o setor amargou retração de 3,5% no segundo trimestre, de acordo com dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe).
Em relação a maio deste ano, houve aumento de 10,4% na fabricação de cervejas em junho, variação livre de influências sazonais. A queda do segundo trimestre foi ainda mais acentuada que a dos três primeiros meses de 2013, quando ocorreu um declínio de 0,3% na produção.
No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, a fabricação de cerveja recuou 1,8%. Nos últimos 12 meses, a produção está 1,2% acima do mesmo período anterior, principalmente devido ao desempenho forte no fim de 2012.
No acumulado de 2013, até junho, as importações de cerveja em volume caíram 45,7% em volume e 34,36% em dólares. As exportações, por sua vez, aumentaram 22% em volume e 29% em dólares. Há um saldo de US$ 13 bilhões na balança comercial de cerveja. Em igual período do ano passado, o segmento registrou um déficit de US$ 4 bilhões, segundo dados do Ministério da Indústria e
Comércio (MDIC), apurados pelo Valor Data.
Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acumulada da cerveja até junho é de 2,9%. Para a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), entre janeiro e junho, a cerveja mostrou uma alta de preços "mais acomodada" do que a apresentada em todo setor de alimentos e bebidas - de 6%, no período - e abaixo da apurada pelo IPCA geral - de 3,2%.
Segundo avaliação da CervBrasil, que reúne as fabricantes Ambev, Brasil Kirin, Heineken e Petrópolis - ou 96% do mercado de cerveja-, a alta decorre basicamente do aumento de 4,6% nos preços da bebida consumida fora do domicílio. Por outro lado, houve deflação de 0,3% na cerveja consumida em domicílio.
Os custos do setor subiram de forma mais acentuada, informou a associação. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) específico da fabricação de bebidas avançou 8,9% no acumulado do ano até maio. No mesmo período de 2012, o aumento foi de apenas 2,9%. O IPP geral da indústria da transformação, por sua vez, evoluiu 4,1% este ano, até maio. No mesmo período de 2012, o aumento foi de 3,4%.
Veículo: Valor Econômico