Produto demanda mais malte e lúpulos, o que resulta em uma concentração de 10% de álcool.
Em meio à expansão das cervejas artesanais e especiais, o Krug Bier lança uma nova linha. Trata-se da Áustria Imperium, primeiro rótulo da série Imperial IPA. O novo tipo demanda mais malte e lúpulos selecionados, o que resulta em uma concentração de 10% de álcool, percentual superior à média para a bebida. Foram investidos somente R$ 80 mil, já que não foi necessário fazer nenhum aporte na fábrica localizada no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, Região Metropolita de Belo Horizonte (RMBH).
Inicialmente, a produção será de 10 mil litros por mês. O Krug Bier já produz outros seis tipos de cerveja: Amber, Export, Lager, Hefe Weizen e Golden Ale. A Krug fabrica em média 200 mil litros por mês, o que corresponde a 80% de uso da capacidade instalada. A parcela mais significativa, 85%, se destina às principais cidades mineiras, com destaque para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Porém, a empresa começou a atuar, mesmo que de forma tímida, em Brasília, Espírito Santo, Goiás e São Paulo.
No momento, a fábrica ocupa uma área de 2 mil metros quadrados, mas deve ser expandida caso os negócios continuem crescendo. Neste ano, produção e faturamento devem atingir variação positiva de 12% a 15% sobre 2012. Ainda em 2013, outras novidades devem entrar no mercado. "No entanto, ainda é possível adiantar os detalhes, pois os produtos ainda estão em fase de desenvolvimento", explica o sócio-proprietário, Herwig Gangl. A fábrica emprega 56 colaboradores.
Gangl, porém, destaca que as cervejas mais fortes se tornam mais interessantes, por agradarem cada vez mais o paladar do brasileiro. "As pessoas estão gostando mais daquelas cervejas com sabor diferenciado, que permite a degustação", afirma. Ele acrescenta que ainda é possível encontrar várias possibilidades de crescimento dentro desse mercado. "A tendência é que a demanda das cervejas elaboradas a partir de um conceito diferente do industrial cresça a um volume que não é possível sequer mensurar, pois, por enquanto, elas ainda detêm um percentual muito pequeno considerando todo o consumo de cerveja", esclarece.
Contudo, para que as microcervejarias possam avançar, são necessários alguns incentivos, sobretudo fiscais, uma vez que a carga tributária não se diferencia entre as grandes indústrias e os produtores de menor escala, o que sobrecarrega o setor. Gangl frisa a necessidade de se criar uma tributação especial, o que já é comum em outros países que incentivam a produção de cervejas especiais, em decorrência de fatores econômicos e culturais.
Ele salienta que em outros estados brasileiros os governos já começam a mudar a mentalidade e já começam a conceder alguns incentivos. Como exemplo, ele cita Santa Catarina, no Sul do país, que já reduziu Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para as microcervejarias. Na visão do empresário, o governo de Minas Gerais deveria adotar medidas semelhantes, com o objetivo de tentar conter a migração das fábricas menores de cerveja para outras unidades da federação.
Além disso, os incentivos tributários pode motivar aqueles produtores que ainda fabricam e comercializam as suas cervejas de maneira informal a regularizar a situação. "Já é comprovado que o produto agrada o consumidor, pois mesmo com a falta de incentivos e os custos elevados o setor está crescendo. Caso houvesse um maior interesse em estimular esses pequenos negócios, novas fábricas iriam surgir e todos sairiam ganhando", acredita.
A fábrica do Krug Bier chegou a Minas em 1997, junto com o bar homônimo. Após funcionar por muitos anos no Belvedere, na região Centro-Sul, a planta mudou, há quatro anos, para o bairro São Pedro, na mesma região. A casa tem capacidade para 300 pessoas e lá são servidos todos os chopes e cervejas produzidas no Jardim Canadá. Outro negócio da empresa é a entrega delivery de chopes, dos quais o Cristal Premium detém a preferência, segundo Gangl.
Veículo: Diário do Comércio - MG