Os americanos podem estar trocando refrigerantes por opções mais saudáveis, mas, ao que tudo indica, o suco pronto não é uma delas. O consumo per capita de suco nos Estados Unidos caiu para 35,5 litros no ano passado, em relação aos 39,9 litros de 2007, segundo a Euromonitor. Esse é um desafio para fabricantes de bebidas em busca de maneiras de compensar os efeitos da desaceleração das vendas de refrigerantes.
Os sucos foram, de certa forma, um raro caso de sucesso este ano para a Coca-Cola, a maior fabricante americana de sucos prontos e de bebidas à base de sucos. A empresa informou, na semana passada, que as vendas de suco cresceram 4% em volume de julho a setembro na América do Norte, o que inclui o aumento de 7% registrado pelo Simply, sua marca de expansão mais acelerada. Na quarta-feira, a PepsiCo, segunda maior fabricante americana desse segmento informou aumentos de participação no mercado de sucos resfriados (feitos a partir de sucos concentrados ou pasteurizados) e um sólido desempenho de suas novas bebidas Tropicana Farmstand, de frutas e verduras.
Considerando a tendência geral e de longo prazo, no entanto, não está claro por quanto tempo esse impulso poderá se sustentar. As vendas de sucos no varejo americano encolheram 7,2% em relação a 2007, para 9 bilhões de litros no ano passado. As vendas de suco de laranja, o mais consumido, situam-se atualmente em seu nível mais baixo dos últimos 15 anos.
"O crescente foco do consumidor no alto teor de açúcar do suco feriu a fama anterior de saudável [do produto]", diz relatório da empresa de pesquisa IBISWorld.
No ano passado, as vendas da Tropicana totalizaram US$ 1,5 bilhão no varejo dos EUA, soma inferior aos US$ 2 bilhões alcançados em 2007. As vendas da Minute Maid, da Coca-Cola, recuaram 11,5% nesse período, para US$ 1,3 bilhão. O Simply, marca lançada pela Minute Maid em 2001, vem sendo um dos pontos fortes da Coca-Cola: em cerca de US$ 1 bilhão, suas vendas do ano passado foram quase 90% superiores às de 2007, embora tenham recuado ligeiramente em relação a 2011.
Segundo sua porta-voz Lauren Thompson, "a Coca-Cola está comprometida em oferecer uma ampla carteira de opções de sucos e de bebidas à base de suco baseada nas necessidades, em constante mutação, dos nossos consumidores e parceiros de varejo fiéis."
Um segmento crescente é o dos sucos premium. As vendas de marcas sofisticadas, como Naked Juice (da PepsiCo), Oldwalla (da Coca-Cola) e Bolthouse Farms (da Campbell), aumentaram. Assim, embora os consumidores estejam tomando menos suco, as fabricantes percebem que eles estão dispostos a pagar mais por ele.
Veículo: Valor Econômico