As ações da Ambev tiveram forte movimentação na bolsa na sexta-feira, no dia de conclusão da reorganização societária que deixará a companhia apenas com capital votante.

 

O giro dos papéis ordinários - que não pertencem ao Ibovespa - foi de R$ 622,1 milhões, equivalente a 20 vezes a movimentação média dos últimos 12 meses, de R$ 30,1 milhões. O volume movimentado pelos papéis preferenciais também foi elevado, de quase três vezes a média anual, em R$ 647,5 milhões - o segundo maior do índice de referência da BM&FBovespa, atrás apenas da Vale.

A ação ordinária fechou o dia em alta de 2,4%, a R$ 87, enquanto os papéis preferenciais avançaram 2,12%, a R$ 86,80, praticamente zerando a diferença entre as duas espécies de ativos.

A reorganização não envolve apenas a troca de ações. O que ocorrerá é a mudança da companhia que é listada: sai a Ambev, entra a Ambev S.A., que tem estrutura mais simples, sem diversos veículos de investimentos que compunham sua estrutura societária.

Cada ação preferencial ou ordinária da Ambev dará direito a cinco papéis ordinários da nova Ambev S.A.. A relação de troca se baseia no número de papéis de cada companhia: enquanto a Ambev "antiga" tem 3,1 bilhões de ações, a nova terá 15,7 bilhões. Cada papel deve ser negociado ao redor de R$ 17 a partir do próximo pregão.

"A negociação com uma só classe de ação, e no caso, ordinárias, alinha os interesses dos acionistas minoritários com os dos controladores. Aliado a isso, a liquidez nas PNs, que é elevada, migrará para as ordinárias, que negociam 7,5 vezes menos que as preferenciais", afirmou XP Investimentos em nota. A nova classe de ações dá direito a um "tag along" de 80% - se os controladores venderem suas ações para um novo grupo, os minoritários recebem ao menos 80% do valor pago pelas ações que compõem o bloco de controle.



Veículo: Valor Econômico