A fabricante de bebidas Ambev anunciou na sexta-feira que não irá reajustar o preço de suas cervejas até o final da Copa do Mundo, em 13 de julho. O anúncio acontece após o governo ter informado, no início da semana, a elevação dos impostos sobre cervejas e outras bebidas.
A decisão da Ambev, chamada "Copa sem Aumento" foi tomada na seqüência do "Verão sem Aumento", campanha que garantiu o congelamento do preço das cervejas da companhia durante a última estação, com adesão de mais de 500 mil pontos de vendas no país.
Em comunicado, a companhia informou que a iniciativa relacionada à Copa "tem como objetivo obter novamente a adesão de meio milhão de pontos de venda Brasil afora, garantindo cerveja com os mesmos preços praticados desde o começo do verão". A equipe de vendas da Ambev irá visitar estabelecimentos neste mês para conversar com os empresários a fim de que mantenham os preços sem reajuste, segundo o comunicado.
Apesar, da decisão da Ambev, a indústria nacional de cerveja vai ter dificuldades para absorver o reajuste no redutor que define a tributação de IPI, PIS e Cofins para a bebida, dadas as fortes pressões de custo incidentes sobre o setor, avalia a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), entidade que reúne as quatro maiores empresas do setor (Ambev, grupo Petrópolis, Brasil Kirin e Heineken). "A CervBrasil vê com preocupação a decisão do governo", ressaltou a associação, em nota.
O reajuste do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS e Cofins estava previsto para outubro do ano passado. Mas, após pedido do setor, o governo decidiu adiar a elevação da cobrança. Com a atual dificuldade de caixa do governo, agravada pelos gastos extras com o setor elétrico, o governo avaliou que era o momento para reajustar essas alíquotas.
A alta também é explicada pela escalada de despesas do ano eleitoral. Para cumprir o compromisso firmado de poupar 1,9% do PIB este ano, o governo calcula que a arrecadação deve crescer 3,5%.
Veículo: Diário do Comércio - MG