Volume de cervejas caiu, em período também marcado por compressão nas margens
A Ambev, maior empresa de bebidas da América Latina, teve alta de no lucro no terceiro trimestre, beneficiada por um melhor resultado financeiro ante igual etapa do ano passado, mas viu o volume de cervejas cair no Brasil em um período também marcado por compressão nas margens.Entre julho e setembro, o lucro líquido da companhia somou 2,89 bilhões de reais, alta de 23 por cento sobre um ano antes. O resultado ficou exatamente em linha com a média de estimativas de analistas em pesquisa da Reuters.
No período, o volume de cerveja vendido pela empresa no Brasil, seu principal mercado, caiu 0,4 por cento no ano a ano, diminuindo o ritmo ante o avanço de 7,2 por cento registrado no segundo trimestre.O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) do segmento caiu 5 por cento no período, na comparação anual, o que pressionou os resultados consolidados, disse a Ambev.
O resultado financeiro consolidado ficou negativo em 221,1 milhões de reais, ante negativo em 497,4 milhões um ano antes."Não estamos nada satisfeitos com esse resultado mas, ainda que o ambiente macroeconômico continue desafiador, não vemos o resultado do terceiro trimestre como tendência para o nosso desempenho futuro", disse a companhia em seu relatório de resultados.
A receita líquida consolidada somou 8,6 bilhões de reais nos três meses encerrados em setembro, alta de apenas 0,9 por cento sobre o mesmo trimestre de 2013.O Ebitda ajustado foi de 4,1 bilhões de reais no período, recuo de 3,1 por cento na mesma base de comparação. A margem Ebitda ajustada da Ambev caiu dois pontos percentuais, a 47,5 por cento.
Analistas já previam pressão sobre a margem, após recuo observado no segundo trimestre em função de mix desfavorável de embalagens com a Copa do Mundo, devido ao investimento da Ambev em latinhas, que dão menor margem que as embalagens retornáveis, além de edições especiais.A Ambev afirmou em seu relatório de resultados que mantém o plano, do início de 2014, de crescer a receita líquida este ano baseada no melhor equilíbrio entre volume e preço e na aceleração dos investimentos em suas marcas.
A empresa cita que itens como ganho de participação de mercado, crescimento das marcas premium acima da indústria e inflação da cerveja contribuirão para o cumprimento de suas metas."Dessa maneira, esperamos atingir as projeções de receita líquida e custos para o ano no Brasil através da reaceleração do crescimento da receita líquida e melhora de nosso desempenho de despesas gerais e administrativas no quarto trimestre de 2014", disse.
As projeções para 2014 foram reiteradas. A Ambev estima que a que a indústria de cerveja no Brasil retome o crescimento em 2014 e que o aumento da receita líquida no Brasil esteja no limite superior de sua projeção, entre um dígito alto e dois dígitos baixos de crescimento no ano.
A empresa também projeta que seu custo por produto vendido (CPV) por hectolitro no Brasil cresça um dígito médio no ano, a um mix de produto constante.Para as despesas de vendas, gerais e administrativas no Brasil, a previsão é de que cresçam entre um dígito alto e dois dígitos baixos no ano, enquanto os investimentos no país devem ser inferiores aos 2,8 bilhões do ano anterior.
No terceiro trimestre, estas despesas no Brasil cresceram 14,9 por cento. No resultado consolidado, o avanço foi de 8 por cento, sob impacto de despesas com vendas e marketing, devido aos investimentos em marcas enquanto as despesas relacionadas à Copa do Mundo foram gradualmente diminuindo.A companhia também aferiu despesas de distribuição mais altas, dado um maior peso da distribuição direta no Brasil e pressões inflacionárias na Argentina, acrescentou.
Veículo: Site DCI