Pronta para enfrentar uma briga com a multinacional Diageo, dona, entre outras, das marcas Johnnie Walker e Smirnoff, a mineira Uno Cachaças Finas lançou ontem, em Belo Horizonte, a marca de cachaça premium Maria Andante. O investimento de R$ 300 mil na pequena cidade de Taboão de Passa Quatro, no Sul de Minas, vai proporcionar a produção de cinco mil garrafas por mês que poderão ser encontradas em adegas, empórios, distribuidores, lojas especializadas e supermercados em todo o país.
De acordo com a diretora da Uno Cachaças Finas, Arianne Silvério, a exemplo do que aconteceu com seus colegas de Passa Tempo, no Centro-Oeste mineiro, donos da marca João Andante, a holding multinacional acionou o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) para impedir o uso do nome que causaria confusão com o famoso uísque. A João Andante foi condenada por plágio em primeira instância e obrigada a alterar a logomarca e passar a usar o nome "Andante".
"Não temos nada a ver com a Diageo. Não há como uma pessoa confundir uísque com cachaça, além do mais, Maria Andante, não é uma tradução do nome em inglês. Registramos o nome em janeiro de 2013, inspirado em uma brincadeira entre amigos, em que dizíamos que eu era uma Àmaria andante" pelos bares da cidade", relembra Arianne.
A nova marca, enquadrada na categoria premium será lançada nas versões prata e ouro e tem embalagens especiais. A fábrica gera 50 empregos diretos, incluindo produção, administração e comercial. Envelhecida por sete anos em carvalho francês, a bebida é encorpada e fabricada com matéria-prima exclusivamente mineira. "A cachaça é um produto genuinamente brasileiro e tradicionalmente associado à nossa cultura, especialmente em Minas, um dos grandes produtores. Conseguimos um excelente equilíbrio e harmonia para a bebida, ao mesmo tempo suave e com sabor persistente", garante a diretora.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento são 1483 produtores de cachaça registrados no Brasil. O Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) estima que os produtores registrados sejam capazes de produzir 1,2 bilhão de litros por ano e gerem mais de 600 mil empregos diretos e indiretos. O valor do faturamento estimado do setor é de mais de R$ 6 bilhões por ano.
Veículo: Diário do Comércio - MG