A Ambev não vê risco de escassez de produtos em função de possível racionamento de água, afirmou ontem o diretor financeiro da companhia, Nelson Jamel, em teleconferência com analistas e investidores
"Acreditamos que vamos conseguir fornecer em qualquer circunstância", afirmou. De acordo com o executivo, no pior dos cenários, a empresa deverá enfrentar pressão sobre custos logísticos já que em caso de um racionamento, seria necessário trazer para o Sudeste produtos fabricados em unidades mais distantes. A fabricante de bebidas conseguiu melhorar seu volume de cervejas vendidas no último trimestre de 2014, registrando alta de 1,5% sobre um ano antes. A receita líquida consolidada da Ambev somou R$ 12,23 bilhões entre outubro e dezembro, alta de 9,9% na comparação anual.
Na visão de analistas, ajustes sólidos nos preços também guiaram a alta na receita líquida consolidada da companhia, ofuscando a baixa no volume de refrigerantes vendidos no trimestre. Segundo a empresa, o mercado brasileiro de refrigerantes cresceu 0,3%, enquanto suas vendas em volume recuaram 1,7%.
Durante a teleconferência, o diretor geral da Ambev, Bernardo Paiva, disse que a companhia não prevê impacto do ambiente macroeconômico nos volumes vendidos pela empresa este ano no Brasil.
Para ele o cenário de vendas deverá ser similar ao visto no segundo semestre de 2014.
Cerveja Premium
Jamel revelou ainda que a Ambev tentará fechar negócios com outras cervejarias artesanais no Brasil, visando incremento das receitas com vendas de cervejas premium, que possuem maior margem. Em 2014 o volume de vendas nesse segmento cresceu quase 20% sobre um ano antes.
Dentro dessa estratégia, a Ambev comunicou no começo do mês que a microcervejaria mineira Wäls uniu seus ativos à Cervejaria Bohemia.
"Não acho que no Brasil esses produtos vão chegar a ser 30% do mercado de cerveja, como acontece nos Estados Unidos", ponderou o executivo, considerando que a tradição da cerveja artesanal é mais antiga em território norte-americano.
De acordo com a Ambev, o plano de investimentos no Brasil em 2015 ficará igual ou inferior ao de 2014, quando somou R$ 3,1 bilhões no Brasil.
A fabricante de bebidas estimou ainda que a receita líquida no País crescerá entre um dígito médio e um dígito alto em 2015, desacelerando ante 2014. No ano passado a alta foi de 10,9%, para mais de R$ 38 bilhões, ficando dentro do avanço projetado de um dígito alto a dois dígitos baixos.
Veículo: DCI