Plano compõe o projeto de construir uma nova fábrica, que será a segunda da empresa, com sede em Lajeado
A gaúcha Fruki vai alargar o mercado de operação em bebidas até 2020. O presidente e fundador da empresa, Nelson Eggers, disse ontem, na Federasul em Porto Alegre, que em cinco anos vai entrar no mercado de cerveja. O plano compõe o projeto de uma nova fábrica, que será a segunda da empresa, com sede em Lajeado. Além da bebida que seguirá produtos convencionais (de maior produção) e opções das chamadas artesanais, Eggers informou que o empreendimento marcará ainda o ingresso em sucos, chás, isotônicos e bebidas funcionais.
O valor do investimento, localização e capacidade de produção não estão definidos, segundo o empresário, que foi convidado do Tá na Mesa da Federação das Associações Comerciais do Estado. Eggers sugeriu que o ingresso em cervejas atende a uma expectativa do mercado. A unidade, cujo endereço dependerá de disponibilidade de área de 100 hectares, água em abundância e de qualidade e pouca proximidade com áreas de aglomeração urbana, também produzirá refrigerante. Depois de concluir esse plano, o dirigente ventilou a possibilidade de a marca estrear em outros mercados do País, como São Paulo e Rio de Janeiro.
O empresário não condicionou a decisão de fazer o empreendimento à manutenção dos atuais níveis dos incentivos fiscais. A imposição de limites e revisão da atual política pelo governo de José Ivo Sartori poderá afetar atual pleito de desoneração e adiamento no recolhimento de ICMS. "De 9% deve passar a 6,5% de financiamento sobre imposto devido. Mas isso tem de ser aplicado aos grandes também", avisou Eggers, que descartou eventual recurso jurídico caso algum dos incentivos já concedidos (Fundopem e Integrar) seja reduzido. "Não sou de brigar com o governo", justificou.
Na área de política fiscal para empresas, Eggers defendeu que se deve diferenciar quem cumpre daqueles que não seguem o que está ajustado como retorno dos benefícios. "Obtive muitos incentivos fiscais de vários governos, estamos no quarto e sempre cumprimos exatamente o que foi projetado de mais arrecadação", garantiu o empresário, que estimou em R$ 32 milhões o montante de incentivos para um faturamento que saiu de R$ 4 milhões em 1994 para R$ 50 milhões em 2014. "Estou sendo muito aberto, o que pode me prejudicar. As multinacionais tiveram incentivos por 30 anos de valor indeterminado, o nosso foi determinado."
Nos próximos cinco anos, antes de atacar em cervejas no mercado gaúcho ainda, a empresa quer ganhar mais fatia em vendas de refrigerante e água mineral, onde é líder. Segundo Eggers, a intenção é sair de 32% de participação na água para 50%, e no guaraná, de 13% para 20%. "Não é muito difícil de conquistar, mesmo que seja difícil disputar com Coca-Cola, Ambev e outras grandes", admitiu o empresário.
Hoje, a capacidade instalada da empresa é de engarrafar 420 milhões de água e guaraná. Nos investimentos em execução, estão R$ 15 milhões na montagem de um centro de distribuição (CD) em Pelotas. Em 2016, um CD deve ser instalado na Serra gaúcha. Até maio, a Fruki registra avanço de 17% nominais na receita, e 8% no volume produzido. Eggers avalia que deve ser o desempenho no ano, cuja desaceleração na atividade geral não teria afetado o seu negócio.
Veículo: Jornal do Comércio - RS