A Coca-Cola Brasil trocará de comando em setembro. O mexicano Xiemar Zarazúa, deixará o cargo após oito anos, subindo a vice-presidente de Empreendimentos Estratégicos da companhia para a América Latina. Para seu lugar, virá o brasileiro Henrique Braun, hoje à frente da unidade China e Coreia.
A mudança, como antecipou o colunista do GLOBO Lauro Jardim, integra uma mexida na estrutura de negócios global da líder mundial em bebidas. O objetivo é tornar a estrutura mais simples, unindo áreas, em linha com a operação da rede de franqueados. Foi criada, por exemplo, a unidade de negócios Europa, Oriente Médio e África, que reúne as antigas unidades Europa e Eurásia e África. Será presidida por Brian Smith, hoje presidente da Coca-Cola na América Latina.
“O anúncio de hoje destaca mudanças importantes em nossa estrutura internacional de operações, que melhor sustentam a evolução da cobertura de nosso sistema de franquias”, disse Muhtar Kent, presidente do Conselho e diretor executivo da Coca-Cola Company, em comunicado.
Em fevereiro deste ano, a Coca-Cola anunciou planos de refranquiar seu sistema de produção na América do Norte, processo que terminará até o fim de 2017, e que já está em curso em Europa e África. No mercado chinês, a companhia assinou um memorando de intenções para refranquear fábricas a dois parceiros locais. Com isso, a Coca-Cola passa a se concentrar na gestão de suas marcas e do negócio.
A companhia não esclareceu que prioridades Braun, que ingressou na empresa em 1996, terá no Brasil. Zarazúa acompanha a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil, megaeventos que têm a Coca-Cola como patrocinadora. Entre 2012 e 2016, a empresa chegará a R$ 14,1 bilhões em investimentos no país, 50% mais que nos cinco anos anteriores. Em 2017, o aporte será de R$ 3,2 bilhões, ante R$ 2,7 bilhões este ano.
Brasil é o quarto maior mercado
O Brasil é o quarto maior mercado do mundo para a Coca-Cola, atrás de Estados Unidos, México e China. No fim do ano passado, a Coca-Cola Brasil comprou a mineira Laticínios Verde Campo, negócio que marca sua entrada no segmento de produtos lácteos frescos.
A crise econômica, porém, vem freando o desempenho do país. No primeiro trimestre, a companhia registrou lucro global de US$ 1,48 bilhão, 5% menor que o de janeiro a março de 2015, em consequência de perdas em Brasil, Rússia e China.
— A demanda por refrigerantes está caindo. O consumidor vem optando por bebidas mais saudáveis. Então, é preciso diversificar o portfólio, lançar produtos de maior qualidade e valor agregado, como sucos e chás, e focar em saúde, como a Coca-Cola fez ao lançar a versão do refrigerante com estévia — diz o consultor de varejo Marco Quintarelli.
Em 2015, a produção de refrigerantes recuou 5,9% no Brasil. Nos primeiros quatro meses deste ano, a queda foi de 4,1%, a despeito de alta de 7,7% registrada em abril, segundo dados da Receita Federal. Categorias como chás e sucos prontos para beber, contudo, estão em expansão.
Veículo: Jornal Extra - RJ