A pandemia da covid-19 mudou os hábitos dos consumidores. Para as fabricantes de bebidas alcoólicas, por exemplo, foi preciso manter o abastecimento das latas em dia uma vez que os bares foram fechados, o consumo se deu em casa e a garrafa ficou de lado.
Em meio a esse cenário, a Ambev começou a operar sua primeira fábrica de latas, localizada em Sete Lagoas, Minas Gerais – e, segundo eles, a primeira de uma indústria de bebidas no Brasil. A unidade tem capacidade de produção de 1,5 bilhão de latas de alumínio por ano e vai, nesse primeiro momento, ser chave para ajudar a atender o aumento da demanda da embalagem.
“Há um ano, quando começamos a construir essa nova unidade, queríamos aumentar nossa capacidade. Era um projeto olhando o longo prazo. Assim que vimos a alta demanda por latas, aceleramos as obras para conseguir atender a essa demanda crescente”, afirma Mauricio Soufen, vice-presidente fabril da Ambev. O investimento divulgado no início da construção foi de 700 milhões de reais.
Construída em uma área de 45 mil metros quadrados, a unidade abriga duas linhas de produção de latas, uma linha de tampas e funcionará com energia 100% renovável. Todo o alumínio usado na produção da fábrica é brasileiro, sendo que 75% é reciclado.
“A operação tem um impacto ambiental bastante positivo, afinal alumínio é amplamente reciclado no Brasil”, diz Rodrigo Figueiredo, vice-presidente de suprimentos e sustentabilidade da companhia.
Nos últimos cinco anos, a Ambev destinou cerca de 2 bilhões de reais em Sete Lagoas, Juatuba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, gerando quase 100 mil empregos diretos e indiretos em Minas Gerais.
Indústria
Recentemente, a fabricante de bebida Heineken priorizou o lançamento de cervejas em lata para a marca Baden Baden com a versão de 350 ml dos estilos Cristal, IPA e Witbier. Já o Grupo Petrópolis inauguro em agosto uma fábrica com quatro linhas capacitadas para o envase de 256 mil latas/hora e 140 mil garrafas/hora, priorizando neste momento a produção das latas.
“Percebemos que as pessoas não diminuíram o consumo em volume, mas deixaram as garrafas de lado e priorizaram as latas para beber em casa”, disse Marcelo de Sá, diretor de controladoria do Grupo Petrópolis à EXAME.
Fonte: Exame