Queda nas exportações derruba preço da carne

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Queda no consumo mundial devido à crise e câmbio desfavorável contribuíram para que houvesse sobra do produto no mercado interno

 

Má notícia para os frigoríficos: as exportações de carne despencaram com a crise global e o câmbio desfavorável e já acumulam queda, em volume, de 15% de janeiro a setembro.

 

Boa notícia para os consumidores: sobrou carne no mercado doméstico e os preços caíram 4,76% de janeiro a novembro -ante uma inflação média de 3,81% no período.
Segundo levantamento da FGV com base no IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor-10), feito a pedido da Folha, os preços de quase todos os cortes recuaram, especialmente os da carne de segunda -mais procurada no mercado externo.
O acém caiu 10,06% no acumulado do ano. A picanha baixou 6,72% -a maior queda entre os cortes de primeira.

 

Tal cenário contrasta com o de 2008, quando as exportações estavam aquecidas e a carne subiu 17,78% ao consumidor no acumulado até novembro.
De acordo com André Braz, economista da FGV, os preços caíram ao longo de todo o ano por causa, primeiro, da queda do consumo mundial.

 

Caíram as exportações, diz, sobretudo de carne de segunda, mais consumida nos mercados atendidos pelo Brasil, como a Rússia. Depois, diz, veio a nova rodada de desvalorização do dólar, que encareceu o produto e desestimulou as exportações.
Com a recente depreciação do dólar, a cotação da arroba (referência para o preço da carne) do boi no Brasil já está mais alta, em moeda americana, do que na Argentina, no Paraguai, no Uruguai, na Austrália e já encosta até mesmo na dos EUA -onde o custo de produção é mais elevado. Os cálculos são da consultoria Scot, especializada em pecuária, que monitora os preços desses países.

 

Todos esses países são os principais produtores e exportadores de carne bovina do mundo e começam a avançar em mercados brasileiros, segundo Alex Lopes Silva, analista da Scot. Ainda assim, diz, o Brasil mantém a posição de maior exportador global do produto, assumida no começo desta década justamente no período após a desvalorização do real de 1999.

 

Silva diz que os frigoríficos chegam muitas vezes à conclusão de que é mais vantajoso vender no mercado doméstico.

 

Diante disso, completa Braz, a indústria faz promoções para os varejistas, que, por sua vez, repassam para o consumidor as reduções de preço.
O presidente da Bolsa de Alimentos do Rio de Janeiro, José Souza e Silva, diz que é possível encontrar picanha e filé mignon por R$ 15 o quilo.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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