Pecuaristas colocam animais confinados no mercado e cotação da arroba segue com tendência de baixa
Os preços do boi gordo no mercado interno seguem pressionados. A expectativa de que a disponibilidade de animais de confinamento continue satisfatória e a tendência de que o consumo de carne bovina não sofra um aquecimento nos próximos dias deve fazer com que os preços futuros da BM&FBovespa mantenham a trajetória de queda iniciada na semana passada. Alguns corretores acreditam que a cotação deve cair a um patamar próximo de R$ 85/arroba.
Na sexta-feira, os contratos para outubro foram negociados por R$ 87,97/arroba, queda de 2,5% acumulada na semana. "Enquanto a oferta de animais confinados persistir, o mercado não terá fôlego para buscar novos patamares de alta. Além disso, o consumo está limitado e as vendas para a União Européia, apesar de crescentes, ainda são pequenas", disse um corretor.
Aliado a esse fator, as indústrias devem permanecer fora do mercado, esperando as cotações recuarem ainda mais. Um corretor explicou que os grandes frigoríficos oferecem no mercado físico R$ 88/arroba com imposto a descontar. Quando não é possível completar a escala por esse valor, as empresas utilizam gado próprio, a um custo entre R$ 86 e R$ 87. "Assim conseguem um preço médio interessante."
Mesmo com cenário de queda, o mercado sente que gado de pasto é algo cada vez mais difícil de encontrar. E o interesse dos confinadores em fazer uma segunda rodada está cada vez menor, já que o custo da reposição e o aumento dos insumos para ração reduzem a disposição em confinar para os próximos meses.
Veículo: O Estado de S.Paulo