Europa veta compra, mas não fecha porta

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Relatório da Comissão Europeia é considerado positivo por apontar um meio de resolver impasseA Comissão Europeia considerou o controle sanitário brasileiro satisfatório na produção da carne bovina, mas reprovou o da carne suína. A maior restrição diz respeito ao uso de ractopamina na ração dos porcos, um promotor de crescimento animal proibido na Europa.

 

O relatório divulgado ontem afeta especialmente SC, maior produtor nacional de carne suína. Mas não desanima os exportadores catarinenses, que alegam poder rastrear os rebanhos sem o aditivo alimentar para vender à Europa. Além disso, o documento sinalizaria a solução do impasse.

 

Baseado nas últimas inspeções que o escritório veterinário europeu fez no Brasil e no Estado, o relatório avalia as medidas contra a febre aftosa no gado bovino e a vigilância no setor da carne suína. Em SC, os especialistas detectaram deficiência na identificação dos porcos e afirmaram que o Brasil não pode assegurar que suas exportações de carne suína fresca procedem de animais que não consumiram ractopamina.

 

Em tese, o relatório diz que o Brasil não terá autorização para exportar carne suína até que a Comissão Europeia confirme um plano de ação que dê garantias suficientes. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, o documento é positivo.

 

– Antes da missão a SC, a UE exigia que os suínos abatidos não utilizassem ractopamina. Agora, o relatório inclui orientação sobre a proposta de solução do Brasil. Falta apenas aprovação formal pelo comitê veterinário.

 

Para ele, a abertura do mercado europeu está mais próxima do que nunca e pode ocorrer ainda este ano.

 

Caminho indireto ao mercado japonês

 

Camargo argumenta que o relatório pede um plano de ação que está resolvido, portanto basta colocar em prática o que já foi acordado entre as duas partes para que a carne brasileira finalmente entrar no mercado europeu. Na esteira, a medida pode abrir também o cobiçado mercado do Japão, onde os preços são melhores, que segue as mesmas normas sanitárias da Europa, e facilitar as negociações com compradores dos EUA.

 

– O problema é que comprar ou não a nossa carne depende da necessidade do mercado europeu. Eles são importadores, mas ainda vamos esperar um bocado. Particularmente, seria melhor Japão e China abrirem antes do que esperar pela Europa – disse o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza.

 

Veículo: Diário Catarinense

 


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