Frigoríficos cumprem parcialmente pacto com o Greenpeace

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JBS, Marfrig e Minerva, os três maiores frigoríficos de carne bovina do país, terão mais três meses para concluir o cadastro de todos os pecuaristas que lhes fornecem matéria-prima no bioma amazônico e, assim, banir aqueles que ferem critérios socioambientais durante a produção.

 

Desde que o convênio "Critérios Mínimos para Operações com Gado e Produtos Bovinos em Escala Industrial no Bioma Amazônia" foi assinado com o Greenpeace, em 5 de outubro de 2009, houve avanços palpáveis nessa frente, como reconhece a ONG, mas ainda há trabalho a fazer. "No caso dos grandes fornecedores, é mais fácil mapear, e são eles que representam a maior parte dos abates dos frigoríficos. Mapear os fornecedores menores é mais difícil", afirmou Marcio Astrini, da campanha da Amazônia do Greenpeace.

 

Em relatórios individuais apresentados à ONG na segunda-feira, os frigoríficos mostraram as ações dos primeiros seis meses e pediram mais três para cumprir à risca a exigência da primeira fase do convênio assinado em outubro. A Bertin também firmou o pacto, mas depois foi incorporado pela JBS.

 

A Marfrig informou, entre outros pontos, que já tem monitoramento georreferenciado das propriedades que respondem por 80% do fornecimento de animais de suas quatro unidades industriais na Amazônia Legal. Depois de assinar o pacto, a empresa contratou a ONG Aliança da Terra para fazer o cadastramento socioambiental de suas propriedades fornecedoras na mesma linha do Cadastro ambiental Rural (CAR) das secretarias estaduais de ambiente.

 

Já o Minerva garantiu que, no Pará, desde fevereiro só compra de quem tem cadastro na Secretaria de Meio Ambiente do Estado e que, com apoio da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) - que aderiu ao convênio há cerca de três meses -, conseguirá acelerar os trabalhos.

 

"O protocolo assinado é ousado, mas o Minerva já estava adiantado", disse o advogado Marcelo Padilha, do escritório De Vivo Advocacia, que presta serviços para o frigorífico. Em Mato Grosso, afirmou, o cadastramento não alcançou 100% em parte por causa do programa local "MT Legal", que estabeleceu que fornecedores de carne têm até novembro para regularizar suas atividades. "Paralelamente, o Minerva assinou outros convênios e acordos com governos, varejo, BNDES e outras ONGs", disse.

 

Maior e com mais fornecedores em áreas de risco, a JBS comprovou-se um caso mais complicado, mas o Greenpeace crê no poderio do grupo para tirar o atraso, uma vez que só 43% do volume de abate no bioma amazônico foi cadastrado até agora. "A empresa garantiu que chegará a 80% em abril e que nos dois meses posteriores alcançará 100%", disse Astrini. A JBS, que saiu da Abiec, deixou de fazer parte do convênio de outubro mas fez um pacto paralelo com o Greenpeace para cumprir as exigências. Segundo a ONG, o grupo contratou uma empresa para fazer seu cadastro com georreferenciamento. Procurada, a empresa não se pronunciou por estar em "período de silêncio".

 

Veículo: Valor Econômico


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