Brasil espera retomar venda de carne aos EUA

Leia em 2min 30s

Representante do governo irá ao país negociar fim da suspensão do comércio de produto industrializado

 

  
O embarque amanhã para os Estados Unidos do diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa, pode colocar fim à proibição das exportações de carne bovina industrializada ao mercado americano. A expectativa do governo e dos frigoríficos é que as vendas sejam retomadas a partir da próxima semana, mais de um mês após sua suspensão em 27 de maio.

 

A liberação das exportações de produto da JBS, no entanto, ainda dependerá de uma vistoria a ser feita pelos órgãos veterinários dos Estados Unidos. A decisão do governo brasileiro de suspender as vendas ocorreu depois que o EUA detectaram níveis acima do desejado do vermífugo ivermectina em carne industrializada exportada pela JBS.

 

"A suspensão das vendas foi uma iniciativa brasileira e a reabilitação ocorrerá para todos os frigoríficos, exceto para aqueles em que foi identificado alguma violação", afirmou Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Carnes (Abiec).

 

A estimativa do setor, até agora, é de que as perdas com a proibição somem entre US$ 45 milhões e US$ 50 milhões. A expectativa, contudo, é que ao longo do segundo semestre do ano esse valor seja compensado, já que o Brasil é o principal fornecedor do produto aos Estados Unidos.

 

Segundo Francisco Ferreira Jardim, secretário de Defesa Agropecuária do ministério, o Brasil passará a adorar os mesmos critérios usados pelos EUA para avaliação de resíduos na carne bovina, que não é reconhecido pelo Codex Alimentarius. A ideia é evitar que esse tipo de problema volte a ocorrer.

 

"Os americanos criaram uma regra própria. Estamos entendendo esses critérios para passar a adotar no Brasil. Nossa ideia é que as indústrias tenham estruturas próprias de controle e que a presença do governo seja por meio de uma fiscalização dessas estruturas. Alguns frigoríficos já possuem isso, mas não são todos", afirma Jardim.

 

A liberação para exportação de todas as unidades, exceto as da JBS, pode provocar mudanças no mercado americano de carne industrializada. A razão é que a JBS responde por 70% do abastecimento desse produto. Sem a possibilidade de exportar, pelo menos por enquanto, a empresa abriu espaço para que concorrentes, como a Marfrig, aumentem sua presença.

 

Segundo o Ministério da Agricultura, a JBS tem três unidades habilitadas para exportar carne cozida e congelada para o mercado americano, todas em São Paulo - Lins, Andradina e Presidente Epitácio. Já a Marfrig tem autorização para vender o mesmo produto a partir de Promissão (SP).

 

O Valor apurou que já existe uma missão americana vistoriando a unidade da JBS em Lins e que deve constatar as providências tomadas pela empresa.
 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Com apoio do governo, exportadores elevam pressão sobre União Europeia

Os exportadores das três cadeias das carnes - bovina, aves e suínos - ganharam o apoio do governo federal p...

Veja mais
Frango sobe

O preço do frango começou a semana em alta nas granjas paulistas. Ontem, o quilo da ave viva subiu 3,6%, s...

Veja mais
Fiscalização cabe aos frigoríficos, diz governo

A fiscalização de carnes destinadas ao mercado externo e que precisam atender exigências sanit&aacut...

Veja mais
Associação quer parar compra do JBS nos EUA

 A associação de produtores de gado americana R-Calf USA entregou na sexta-feira uma petiç&ati...

Veja mais
Preços do frango seguem firmes e suíno se recupera

O preço da carne de frango fechou com ligeira alta no acumulado de junho mesmo com o aumento da oferta da carne n...

Veja mais
No avestruz, agora nada se perde

A Nutrytruz, empresa especializada na produção de avestruz, do grupo Allegro Participações, ...

Veja mais
Preço do boi gordo segue firme e vai a R$ 83 por arroba

O mercado do boi gordo em São Paulo trabalha em alta. O preço referência subiu para R$ 83 a arroba, ...

Veja mais
Churrasco fica mais caro na Copa

Preço da carne bovina tem aumento médio de 2,53% em junho, aponta pesquisa. No ano, alta é de 5% &...

Veja mais
Abate de bovinos cai e de frango fica estável, diz IBGE

O abate de bovinos caiu 5,3% no primeiro trimestre de 2010 ante o quarto trimestre de 2009, segundo divulgou ontem o Ins...

Veja mais