Consumidor aumentou as exigências com relação ao consumo de alimentos.
A busca nos últimos anos por carnes com boa aparência, maciez e padronização de cortes para atender diferentes nichos de consumo tem promovido uma revolução na forma como o varejo pauta suas relações de comércio junto ao setor produtivo da pecuária de corte.
Conquistar a preferência do cliente e, principalmente, fidelizá-lo com um grupo ou marca em especial é hoje o principal objetivo das estratégias de propaganda e marketing das empresas que atuam com a venda de carnes junto aos setores supermercadistas, de açougues e boutiques de carnes, além de restaurantes e redes food service.
Soma-se a tudo isso o fato do consumidor mundial ter aumentado sua exigência com relação ao consumo de alimentos que tragam consigo a chancela de produto sustentável, ou seja, produzido sobre o conceito de produção ambientalmente correta, socialmente justa, com preço competitivo e boa apresentação.
Segundo Sérgio De Zen, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada Cepea/USP, a estratégia buscada pelos supermercadistas e até alguns frigoríficos brasileiros para criar uma relação de fidelização com essa nova clientela foi vincular a carne bovina às suas marcas próprias e oferecer cortes específicos e personalizados ao consumidor.
"Isso significa que as empresas deixaram de vender carne apenas como commodity e isso vem rapidamente se multiplicando e caindo no gosto do consumidor", destaca.
Interconf - Para discorrer com mais profundidade sobre esse conceito da melhor carne e entender o que significa este conceito no varejo e sociedade, a 3ª Conferência Internacional de Confinadores Interconf, que ocorre de 14 a 16 em Goiânia (GO), terá a participação de dois importantes empresários ligados aos setores de varejo da carne, Peter Ronderbeck, do grupo Outback Steakhouse, e Arnaldo Eijisink, presidente do grupo JD, para o painel Evolução do Mercado Brasileiro.
Ambos trarão ao público da Interconf um pouco sobre a experiência adquirida com relação ao tipo de carne ideal para atender as necessidades de seus negócios em particular, considerando os diferentes perfis de público, características desejáveis nos animais e conseqüentemente, na carne que será comercializada nos estabelecimentos, além de formas de negociação, transporte, estocagem, entre outras.
Na programação da Interconf, palestras e painéis no auditório do espaço de eventos Oliveira’s Place. O início será com o painel apresentado pelo especialista em economia global Jay Fabiosa, que discorrerá sobre a importância de otimizar recursos na produção e processamento de alimentos no mundo, já pensando no futuro.
No painel sobre regulatórios e competitividade serão debatidas estratégias e novas ideias que visam beneficiar os produtores e o mercado. O objetivo é comparar o impacto econômico das principias tecnologias disponíveis para melhorar o desempenho dos bovinos em confinamento e evidenciar as diferenças entre regras que definem o que está disponível aos produtores no Brasil e o cenário vigente nos principais países produtores de carne do mundo.
No painel sobre tecnologia, além das palestras sobre floculação de milho, mineralização e processamento de foragem ocorrerá a apresentação de dois grandes confinadores, um brasileiro e outro americano, falando sobre os desafios de gestão e tecnologia envolvidos com a atividade nestes dois países.
O painel sobre a evolução do mercado brasileiro debaterá o que significa a carne bovina para o supermercado, restaurante e cozinha industrial. A intenção é mostrar ao produtor qual é o tratamento e a visão de quem compra carne para comercializá-la no Brasil.
As discussões sobre mercado vão além da importante atualização sobre o mercado mundial e o cenário brasileiro. Este ano teremos a oportunidade de ouvir especialistas vindos da China e da Índia e tentar entender se estes dois países são nossos clientes ou nossos concorrentes ou ainda as duas coisas.
Veículo: Diário do Comércio - MG