Preços da carne suína registram alta

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Com a chegada das festas de fim de ano, expectativas do segmento para os próximos meses são positivas. 

 

Os preços pagos pela carne suína em agosto apresentaram incremento de 3% em Minas Gerais na comparação com julho. A variação positiva se deve ao aumento do consumo interno do produto, principalmente devido à elevação expressiva registrada nos preços da carne bovina.

 

As expectativas do setor para os próximos meses são positivas, uma vez que a demanda aumenta significativamente com as festas de final de ano, o que contribui para a formação de preços rentáveis para os produtores.

 

A tendência é de novos aumentos na cotação do produto. Somente nos primeiros 10 dias de setembro foi registrada alta de 4,1%. O quilo da carne suína está cotado em média a R$ 3,23, o valor já é suficiente para cobrir os custos de produção e gerar lucro para os produtores. O custo de produção de cada quilo de carne suína gira em torno de R$ 2,50.

 

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Produtores de Suínos de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, mesmo gerando lucro e com tendência de aumento da demanda para os últimos meses do ano, a produção de suínos no Estado não será ampliada.

 

A medida de não investir no crescimento da produção se deve à oferta ajustada do produto no mercado, o que alavancou os preços. De acordo com a Asemg, a produção mineira de suínos no ano passado cresceu cerca de 5%. Ao todo foram produzidas 400 mil toneladas de carne.

 

"Mesmo com a aproximação do Natal e Ano Novo os produtores irão manter a produção nos níveis atuais. Não temos uma estimativa de quanto a demanda cresce na época, preferimos manter a oferta ajustada à demanda do que aumentar a produção e ter resultados negativos como os obtidos nos dois últimos anos. Os preços atuais são suficientes para remunerar os produtores e não interferir negativamente no nível de consumo", disse Penna.

 

Insumos - Apesar das previsões de alta nos preços, Penna não acredita que haverá redução do consumo do produto. Isto devido aos preços mais competitivos que os da carne bovina. "O valor da carne suína está mais atrativo que a do boi. Enquanto a arroba do boi gordo é comercializada em média R$ 90, a do suíno não supera os R$ 60. Além disso, estamos investindo em campanhas para alavancar o consumo", disse.

 

Além do aumento da demanda, o encarecimento do milho, soja e sorgo também está interferindo na formação de preços da carne. O milho e a soja são os principais insumos utilizados no setor, respondendo por 70% dos gastos da atividade. Apesar da alta, a avaliação do vice-presidente da Asemg é positiva em relação ao encarecimento dos produtos.

 

"A valorização das culturas nos níveis atuais é favorável tanto para os produtores de grão como para os de carne suína. Com preços abaixo dos custos a tendência é de redução de grãos para a próxima safra, a conseqüência pode ser um aumento significativo devido à oferta muito restrita, o que prejudicaria nosso setor.  preciso haver equilíbrio", disse Penna.

 

O incremento no consumo de carne suína, além dos preços mais competitivos que os da carne bovina, também é atribuído ao Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). A expectativa é que o consumo per capita de carne suína aumente dois quilos por ano, altuamente está em 13 quilos/ano no país e de 20 quilos/ano em Minas Gerais.

 

Segundo Penna, o projeto é importante para incentivar o aumento do consumo, mostrando para a população os benefícios que a carne suína proporciona para a saúde. Além disso, a ampliação da demanda atinge toda a cadeia gerando empregos diretos e indiretos, aumento da renda e desenvolvimento das indústrias instaladas no Estado. O aumento do consumo também irá favorecer a retomada dos investimentos na ampliação da produção mineira.

 

"O momento é de recuperar as perdas e investir no aumento da produtividade e na redução dos custos. Os aportes em novos plantéis e na ampliação do número de animais devem ser bem avaliados para que a oferta de produtos no mercado não seja maior que o nível de consumo. Através dos resultados obtidos pelo PNDS vamos ajustando o crescimento ao consumo", avaliou Penna.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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