Recuperação da avicultura

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O aumento significativo do preço boi gordo favorece o consumo de carne de frango. 

 

Os primeiros meses do segundo semestre estão rendendo resultados positivos para a avicultura mineira. Entre agosto e a primeira quinzena de setembro foi registrada alta de 23,52% nos preços do frango vivo posto na granja. A alta tem como principais fatores o aumento significativo do boi gordo, o que favoreceu a substituição da carne bovina pela de frango, e a retomada da demanda internacional pelo produto, o que favorece o equilíbrio entre a oferta e a demanda.

 

O preço do frango abatido nos supermercados também apresentou alta no confronto de agosto com julho. O quilo gira em torno de R$ 3,10, valor 19,2% superior ao registrado no mês anterior, quando o produto era comercializado a R$ 2,60 o quilo.

 

Com a alta registrada na primeira quinzena de setembro, o valor do frango atingiu as expectativas dos representantes do setor, que acreditavam na maior valorização do produto. Outro fator que contribuiu para enxugar a oferta do produto no mercado interno foi a proibição da produção e venda de frangos temperados e congelados.

 

Os preços atuais do frango são suficientes para cobrir os custos de produção e gerar lucro para os produtores, uma vez que os custos giram em torno de R$ 1,80 por quilo. O lucro obtido com a comercialização do produto deverá ser utilizado para reduzir as perdas registradas ao longo do primeiro semestre. Considerando as cotações vigentes no primeiro dia do ano e no encerramento do primeiro semestre, os preços recebidos pelo frango vivo em Minas encerram o semestre com recuo de 6%.

 

Lucro - Para o analista de mercado da Safras & Mercado, empresa de consultoria agropecuária, Fernando Henrique Inglesias, a alta registrada no frango mineiro deverá ser mantida no restante do ano.

 

"Com o aumento da renda da população e a aproximação do período de festas de fim de ano, a tendência é que os preços continuem gerando lucro para os produtores mineiros. O desafio para os próximos meses será o aumento dos custos de produção devido à valorização dos grãos, o que poderá contribuir para novas altas", disse Inglesias.

 

Mesmo com o encarecimento do milho e da soja, principais insumos utilizados para a produção de ração, o consumo de carne de ave não deverá sofrer reduções. Isso devido às expectativas de valorização da carne bovina. Já que a oferta de boi gordo está abaixo da demanda e a recomposição do rebanho deverá ocorrer somente no segundo semestre de 2011.

 

Outro ponto positivo para manter os preços do frango gerando lucro para os produtores é o aumento das exportações mineiras. Os embarques de produtos de frangos apresentaram maior evolução na receita, com um aumento de 25,8% na comparação com os oito primeiros meses de 2009 e um valor comercializado de US$ 145,079 milhões. Ao todo foram enviados ao exterior cerca de 100 mil toneladas, aumento de 7,6% em relação ao volume exportado em igual período do ano anterior.

 

"A recuperação da economia mundial após a crise financeira é o principal fator que está impulsionado os preços e a demanda pela carne de frango. O incremento é essencial para que as empresas sejam motivadas a comercializar com o mercado internacional, o que contribui para o controle da oferta no mercado interno", disse Inglesias.

 

As perspectivas no mercado internacional de carne de frango são favoráveis. O aumento das exportações mineiras de carne de aves é resultado principalmente do esforço das empresas do Estado em aprimorar a qualidade do produto e investir em tecnologia.

 

Os investimentos feitos pelas indústrias têm como principal objetivo aprimorar o processamento do produto. Com a aplicação de tecnologia os produtores conseguem ampliar a produção e reduzir os custos. Esses fatores dão grande visibilidade à carne de aves no mercado internacional e contribuem para o aumento da participação do Estado nas exportações brasileiras.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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