Preço da carne deve subir mais 5%

Leia em 2min

A carne está pesando cada vez mais no bolso do consumidor. E a expectativa para as próximas semanas não é animadora. "É possível que os preços subam mais que 5% em duas semanas", alerta o assistente de coordenação do IPC-USCS/ABC (Índice de Preços ao Consumidor da região da Universidade Municipal de São Caetano), Lúcio Flávio Dantas.

 

Entre o primeiro dia de novembro de 2009 e o último dia de outubro, a inflação das carnes aos consumidores do Grande ABC atingiu 15,6%. Mas problemas na produção devem elevar esse encarecimento.

 

Conforme a Cepea/Esalq-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo), o preço do boi atingiu seu maior patamar histórico, com R$ 115 por arroba, na semana passada. Esse é o valor que os frigoríficos pagam para os produtores.

 

A pesquisa teve início em 1997. O encarecimento acumulado no ano beira os 50%, o que dá margem para que o consumidor sofra com novas altas nos próximos dias.

 

Dando continuidade à cadeia do segmento, os frigoríficos também elevaram seus preços. E segundo a Cepea/Esalq-USP, a carne no atacado tinha, na semana passada, o maior preço dos últimos 13 anos, com R$ 7,21 por quilo.

 

SECA

 

O aumento nos preços das carnes está atrelado a problemas na produção do gado. Dantas explica que um dos fatores são as secas nas regiões produtivas. Este extremo climático eleva o custo de alimentação dos animais, tendo em vista que a pastagem não suporta a criação e os produtores investem mais em rações.

 

Por outro lado, o economista do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) André Braz coloca a demanda como fato estimulante ao encarecimento. "Temos aumento na exportação e demanda interna aquecida." Conforme dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a exportação de carne neste ano foi 10% superior a 2009 no mesmo período.

 

Braz ressalta que o aumento na procura, com falta de estímulos para o produtor de gado nos últimos anos, resultou em incentivo ao abate de reprodutoras, para complementar a oferta. E o processo de reposição é longo, devido ao crescimento dos animais até o ponto de abate.

 


Veículo: Diário do Grande ABC


Veja também

Carnes: Preços ainda continuam em alta

Baixa oferta de animais para abate já está pressionando a cotação no mercado interno.  ...

Veja mais
Preço do suíno segue em alta e deve bater recorde em 2011

As cotações da carne suína brasileira ainda devem manter o ritmo altista até o fim do ano. A...

Veja mais
Deputados sugerem 'blindar' produtor contra Brasil Foods

Uma subcomissão da Câmara dos Deputados criada para analisar os efeitos da fusão entre Perdigã...

Veja mais
Produção de mariscos sob controle

Produto monitorado por meio de um simples código exposto na embalagem.   Ter acesso aos dados do dia exato...

Veja mais
Falta de gado pode tirar mercado do Brasil no exterior

País enfrenta menor oferta de animais em condição de abate, problema que não tem soluç...

Veja mais
Empresa do grupo JBS quer processar 10% mais frangos até 2012

O lucro da norte-americana Pilgrim's Pride caiu 30%, para US$ 57,9 milhões, que representa US$ 0,27 por aç...

Veja mais
Em São Paulo carne suína tem alta de 2,7%

A cotação da carcaça suína comum subiu 2,7%, de 30 de setembro a 19 de outubro, no atacado d...

Veja mais
Embarques paraguaios de carne crescem 7,5%

Entre os meses de janeiro e setembro de 2009 o Paraguai exportou 138,647 milhões de quilos de carne e miúd...

Veja mais
Seara lança peru natalino

Ampliando seu portfólio e deixando sua linha de produtos festivos mais completa, a Seara Alimentos, empresa do gr...

Veja mais