Carnes: Preços ainda continuam em alta

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Baixa oferta de animais para abate já está pressionando a cotação no mercado interno.

 

A baixa oferta de bovinos para abate está contribuindo para a manutenção de preços rentáveis para a comercialização do boi gordo em Minas Gerais. De acordo com o indicador do boi gordo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a cotação do produto fechou a R$ 110,68 a arroba entre os dias 20 e 27 de outubro. O que indica uma alta de 9,2% na última semana do mês anterior e, na parcial de outubro, de 17,63%.

 

De acordo com o presidente da Associação dos Frigoríficos de Minas Gerais, Distrito Federal e Espírito Santo (Afrig), Silvio Silveira, o mercado para as carnes bovinas segue aquecido. Mesmo diante do encarecimento do produto no mercado final, não foi registrada queda no consumo.

 

O presidente da Afrig atribui o aumento significativo dos preços do boi gordo à situação desfavorável vivida pelos pecuaristas ao longo dos últimos anos. "Em 2010 o gado confinado no Estado foi reduzido a 50%. Nos anos anteriores os produtores investiram no confinamento e não tiveram retorno com a comercialização dos animais, o que incentivou a redução da produção para este ano, já que os custos do confinamento são mais elevados e a rentabilidade reduzida", avaliou.

 

A avaliação do presidente em relação aos 10 primeiros meses do ano é positiva, sendo que os melhores resultados foram gerados a partir do final de julho, com o aumento dos preços do boi gordo e da rentabilidade dos frigoríficos. A aproximação das festas de fim de ano também está deixando os representantes do setor otimistas. Com o pagamento do 13º salário e o clima festivo a venda de carnes bovina chega a apresentar incremento de 20% a 30% em dezembro se comparado com os demais meses do ano.

 

Custos - "O aumento da renda da população tem favorecido o mercado de carnes bovinas. Com a elevação do poder de compra das famílias brasileiras a valorização das carnes é absorvida e o nível de consumo mantido. O aumento registrado no produto é essencial para que os produtores e as indústrias recuperem as perdas acumuladas nos últimos 15 anos, período em que os preços estavam abaixo dos custos de produção ou gerando lucro mínimo", disse Silveira.

 

A margem de aumento repassada aos consumidores também se refere ao aumento dos custos de produção, devido à alta dos grãos e fertilizantes. Segundo Silveira, os repasses da indústria frigorífica para os consumidores finais ocorrem em escalas que não interferem no nível de consumo. Isso devido aos frigoríficos mineiros terem reduzido a margem de lucro para manter o mercado consumidor.

 

"Estamos repassando os aumentos dos custos mas de forma que não interfira significativamente no consumo. A medida se deve à concorrência com as carnes de menor valor como as de frango e suínas", disse Silveira.

 

De acordo com Silveira, para os próximos meses, é esperado o pequeno aumento da oferta de animais para o abate, o que poderá contribuir para a manutenção da estabilidade dos preços atuais.

 

A valorização da carne bovina também foi verificada nas exportações mineiras durante os primeiros nove meses do ano. O faturamento do setor apresentou incremento de 10,1%, registrando receita de US$ 252,4 milhões. A tonelada do produto também apresentou valorização positiva de 13,1% nos preços, fechando o período cotada a US$ 3,8 mil.

 

Em relação às exportações, o presidente da Afrig considera que a retomada dos preços internacionais e dos embarques ainda é lenta, porém essencial para a geração de lucros para os frigoríficos.

 

"As exportações ajudam a limitar a oferta dos produtos no mercado interno. Porém, com o real mais valorizado do que o dólar, o mercado internacional não é mais atrativo do que o local, por isso o ritmo das negociações está mais moderado", disse Silveira.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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