Governo adota regra mais rigorosa contra excesso de água no frango

Leia em 2min 40s

Carne passa a ser avaliada por análise em laboratório; consumidor deve ter mais segurança

 

Método substitui prática "caseira"; vendas de frango temperado podem voltar com nova técnica

 

A fiscalização sobre o teor de água no frango congelado ou resfriado está mais rigorosa. O método para detectar a presença de água na carne "in natura" está mudando, o que deve garantir maior segurança ao consumidor.

 

Uma metodologia nova, que utiliza como parâmetro a relação entre umidade e proteína na carne, está sendo adotada desde terça-feira, data da publicação da instrução normativa nº 32 no "Diário Oficial da União".

 

Ela substitui a técnica do descongelamento utilizada até então. Para medir o teor de água, o frango era pesado antes do descongelamento e após esse processo. O limite aceitável era de 8% de água no peso do frango.

 

Agora, uma análise química, feita em laboratórios, por amostragem, medirá a proporção entre umidade e proteína na carne, com parâmetros que variam de acordo com cada tipo de corte.

 

O CONSUMIDOR GANHA

 

Nesta semana, a norma da Secretaria de Defesa Agropecuária passou a valer para coxa, sobrecoxa e perna inteira de frango. O primeiro corte a se adequar ao novo método foi o peito, em julho deste ano. Em janeiro, será a vez do frango inteiro.

 

A mudança é um avanço para o consumidor, pois se trata da primeira metodologia validada nacionalmente para fiscalização sobre teor de água em cortes de frango, diz Luciana Miyagusku, pesquisadora do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos).
"A fiscalização era voltada para o frango inteiro, não havia regras para os cortes", afirma. "A nova metodologia responde à necessidade do consumidor de ter carne "in natura" de qualidade."

 

Para Ariel Mendes, diretor de Produção da Ubabef (associação de produtores e exportadores de frango), a substituição do modelo antigo -uma velha queixa do setor- tornará a fiscalização mais eficiente.
"O método anterior era meio caseiro, os resultados variavam e não eram precisos", afirma Mendes.

 

Em agosto deste ano, produtoras de frango, entre elas a Brasil Foods, tiveram vendas suspensas pelo governo por conta de excesso de água na carne. Na ocasião, a empresa questionou os critérios da metodologia adotada para a avaliação.

 

NOVOS AVANÇOS

 

Métodos mais avançados podem permitir a volta do frango temperado ao mercado. No início deste ano, o governo proibiu as vendas do produto porque a presença de água nesse tipo de carne estava ultrapassando o limite com frequência.

 

Como o tempero é injetado no frango com água, para esse tipo de produto era permitido um teor de até 20%. "Mas não havia como comprovar e havia casos de 30%, 40% de teor de água no frango", diz Mendes.

 

Neste momento, o Ital desenvolve um metodologia que possibilite a avaliação do frango temperado e de miúdos de frango. "Também procuramos antecipar problemas que possam acontecer", diz a pesquisadora.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

Mercado interno fará setor de aves crescer

O mercado interno será o motor de crescimento do setor de carne de frango em 2011. "Além da valoriza&ccedi...

Veja mais
Exportação de frango supera US$ 6 bi

O Brasil deve fechar o ano com exportações de 3,830 milhões de toneladas de carne de frango, 6% mai...

Veja mais
Pernil está 36% mais caro neste Natal

Os moradores do Grande ABC podem preparar os bolsos para gastar mais neste fim de ano. Pesquisa feita pela Craisa (Compa...

Veja mais
Embarques de carne suína recuam 18% em novembro

Afetadas pelo real valorizado e pelo mercado doméstico aquecido e com preços mais atraentes, as exporta&cc...

Veja mais
Carne puxa alta da inflação na Grande SP

O consumidor que vai toda semana ao supermercado já tinha percebido que a carne está mais cara. E foi esse...

Veja mais
Carne continuará com preços altos apesar da oferta maior

O preço da carne deve se manter em alta nas próximas semanas. Os valores já ficaram cerca de 50% ma...

Veja mais
Preço da carne não deve cair muito em 2011

Queda de 15% no atacado, nos últimos 27 dias, foi provocada pelo corte no consumo do alimento   O pre&cced...

Veja mais
Cresce o mercado brasileiro para a carne bovina certificada

O consumidor brasileiro está cada vez mais exigente e essa é uma informação muito importante...

Veja mais
Oferta de Moscou para cota de carne bovina desagrada

A Rússia está oferecendo uma cota de importação de 530 mil toneladas de carne bovina a parti...

Veja mais