Produção de carne argentina tem queda de 22,6% em novembro

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A produção de carne bovina da Argentina apresentou queda de 22,6% entre janeiro a novembro de 2010, para 2,41 milhões de toneladas, conforme dados da Câmara de Indústria e Comércio de Carnes e Derivados (Ciccra). O recuo pode ser atribuído à menor oferta de gado, cujo abate teve redução de 26,2%, para 10,9 milhões de cabeças no período de comparação, de acordo com relatório da Ciccra.

 

A produção de carnes na Argentina deverá recuar para 2,55 milhões de toneladas este ano, segundo previsão do Serviço Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos EUA. Se confirmado, o resultado será inferior aos 2,6 milhões de toneladas previstos para 2010 e o pior resultado desde 2002. As exportações do produto, por sua vez, devem ficar inalteradas em 300 mil toneladas, disse o órgão.

 

A Ciccra detalhou que, do total de bovinos abatidos nos primeiros 11 meses de 2010, 43,7% foram fêmeas (matrizes responsáveis pela manutenção e aumento do rebanho). O retrocesso da oferta está relacionado à migração da pecuária para a agricultura, em virtude das fortes restrições oficiais ao comércio de gado em 2009. Sem estímulo para a atividade, os pecuaristas preferiram liquidar os rebanhos. Em 2009, a proporção de fêmeas sobre o total do abate chegou a 50%.

 

A partir de 2010, no entanto, os produtores decidiram recompor a criação de gado e começaram a reter os animais para reprodução, o que contribuiu para reforçar a redução da oferta, elevando os preços do gado em pé. "Se o governo não adotar novas decisões que neutralizem os sinais que os preços estão enviando e se não ocorrer eventos climáticos adversos seguramente poderemos observar, a partir dos próximos anos, um aumento gradual do rebanho e uma nova recuperação do abate bovino a partir de 2013/14", informa o relatório da Ciccra.

 

De janeiro a novembro do ano passado, a média de consumo por habitante na Argentina também baixou de 68,5 quilos para 57,2 quilos, comparado com igual período do ano anterior. As exportações recuaram 53,6% no mesmo período de comparação, alcançando 483.918 toneladas, com receita cambial de US$ 2,322 bilhões.

 

As políticas de retenção à exportação pelo governo argentino a partir de 2006 e a forte seca em 2008, que teve "um efeito devastador" sobre o rebanho , explicam em parte esse cenário. De acordo com Héctor Salamanco, diretor-executivo do Consórcio de Exportadores de Carnes Argentinas, a quebra do Lehmanb Brothers, que afetou economias ao redor do mundo, também teve um forte impacto.

 


Veículo: DCI


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