Abras quer desoneração de carnes em todo o setor

Leia em 2min

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) defendeu, em nota distribuída hoje, que a desoneração de PIS e Cofins nas negociações de carnes bovina, de aves e de suínos se estenda a toda a cadeia e não somente aos frigoríficos. Segundo o presidente da associação, Sussumu Honda, no comunicado, a suspensão da cobrança do PIS e Cofins devido pelos frigoríficos, determinada nas leis 12.058/09 e 12.350/10, onerou o varejo e contribuiu para o aumento dos preços dos produtos ao consumidor.

 

"Acreditamos que somente uma medida como essa faça retornar o equilíbrio em toda a cadeia, diminuindo o impacto dos aumentos de preços no bolso do consumidor", afirmou Honda. No caso da carne bovina, segundo ele, desde que a Lei 12.058/09 foi aprovada, em outubro de 2009, o varejo vem arcando sozinho com um aumento no custo tributário de 6,12% sobre a comercialização desses produtos.

 

"Antes, os supermercados tinham direito a um crédito de 9,25%. Depois da lei, passaram a contar apenas com um crédito presumido de 3,7% para abater do valor de compra", explicou Honda. Ele ressalta que, diferentemente da expectativa do governo, não houve redução dos preços praticados pelos frigoríficos, que alegaram ser afetados negativamente pelo aumento nos custos de produção, por conta da alta do boi e de insumos. O presidente da Abras ainda disse que os supermercados não repassaram totalmente os aumentos praticados pelo setor produtivo, de 48%, segundo a associação. "O Índice Nacional de Vendas da Abras apurou que o preço da carne oferecido ao consumidor no varejo teve alta acumulada de 34,9% no ano passado", informou a Abras.

 

Com relação às carnes de aves e de suínos, Honda afirmou que, com a aprovação da Lei 12.350/10, em dezembro de 2010, o custo dessas carnes se elevou em 8,97%, já que o crédito de 9,25% a que o supermercado tinha direito foi reduzido a 1,11%. "Com a alta do preço da carne bovina, naturalmente a dona de casa busca outras alternativas. Essa nova lei tirou essa opção", declarou. "Os pequenos mercados e açougues estão enquadrados em outros sistemas tributários, como o Simples, portanto ficam fora dessa regra. Diferentemente dos supermercados, que estão sujeitos à sistemática não-cumulativa e abastecem a grande maioria do mercado nacional. Isso gera um desequilíbrio na concorrência", completou.

 


Veículo: Portal Estadão


Veja também

Custos da pecuária em Minas registram elevação

Alta dos custos no decorrer de 2010 deve-se a investimentos no setor.   O Custo Operacional Total (COT) e o Custo...

Veja mais
Lei da oferta e da procura na pecuária

A primeira reação do consumidor ao se deparar com os elevados preços da carne bovina é culpa...

Veja mais
Carne de frango é destaque nas exportações em janeiro

Com embarques que representaram uma receita total de US$ 1,04 bilhão, o chamado complexo carnes (frango, bovina e...

Veja mais
Carne cai 8% em janeiro, mas deve voltar a subir

Os preços da carne bovina, cuja alta beirou os 35% ao longo de 2010, tendem a continuar em ascensão em 201...

Veja mais
Cota para carne suína à Europa

Como Santa Catarina está próxima de vencer os trâmites para conseguir exportar carne suína &a...

Veja mais
Preços das carnes seguirão em alta, diz CNA

Os preços da carne bovina não irão cair este ano, afirmou a Confederação da Agricultu...

Veja mais
Pescado pode crescer em MG

A produção de pescado em Minas pode crescer seis vezes mais até o próximo ano. O salto depen...

Veja mais
Bife será artigo de luxo, avisa produtor

CNA prevê novas altas no preço da carne bovina e sugere a consumidores cardápios com mais peixe, por...

Veja mais
Abras quer desoneração de carnes em todo o setor

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) defendeu, em nota distribuída hoje, que a desonera...

Veja mais