Novas técnicas devem acelerar, num ritmo impressionante, os ganhos produtivos de carne e leite.
Marcadores moleculares, análise de DNA, seleção genômica. O melhoramento genético na pecuária está incorporando novos conceitos e acelerando o ganho de produtividade e de qualidade da carne e do leite. O tema é tão relevante que atraiu cerca de 350 pesquisadores, técnicos, pecuaristas e profissionais de empresas ligadas à cadeia produtiva para o "I Workshop Internacional: Genômica Aplicada à Pecuária", realizado recentemente em Araçatuba (SP). O evento foi iniciativa da Unesp - campus Araçatuba e da Conexão Delta G, com organização da DeoXi Biotecnologia.
"A aplicação da genômica na pecuária brasileira impulsionará a atividade como nunca foi visto. As novas tecnologias acelerarão num ritmo impressionante os ganhos produtivos de carne e leite, potencializando a oferta de proteínas animais no país", assinalou o prof. José Fernando Garcia, da Unesp e responsável pela programação do evento. "Tenho confiança que nos próximos cinco anos o Brasil terá o mesmo padrão genético e produtivo dos Estados Unidos, Canadá, Europa, Austrália e Nova Zelândia", complementou.
A importância do tema trouxe ao Brasil os cinco mais importantes especialistas internacionais em marcadores moleculares. Curtis Van Tassell e Tad Sonstegard, pesquisadores do Usda, órgão agrícola dos EUA, falaram sobre o trabalho feito pela entidade norte-americana no programa de seleção genômica para gado de leite, primeiramente no holandês e atualmente no pardo-suíço e jersey.
Proteína - O cientista John McEwan também abordou em sua apresentação a aplicação do mesmo tipo de tecnologia na Nova Zelândia em gado de leite e ovinos e o pesquisador Johann Solkner comentou o trabalho desenvolvido nas raças simental-fleckvieh na Áustria e Alemanha. Já o professor brasileiro Flávio Schenkel, da Universidade de Guelph, comentou o trabalho desenvolvido no Canadá.
"Em 40 anos será preciso dobrar a oferta de proteína animal para que a demanda mundial por alimentos seja atendida. Para isso, torna-se necessário o aumento do número de animais genotipados e adaptados. O Brasil tem papel fundamental nesse processo, já que é um dos principais produtores de carne e leite e possui grande potencial para avançar na produtividade de seu rebanho", disse o pesquisador norte-americano Tad Sonstegard.
Francine Campagnari, diretora da DeoXi, entende que o workshop será um marco na história do melhoramento genético da pecuária brasileira. "Programas de seleção na pecuária e empresas envolvidas nesse avanço da atividade saíram do evento com muitas respostas. Mas também com um grande desafio: acelerar os ganhos de produtividade", assinalou o diretor executivo da Conexão Delta G, Daniel Biluca.
Veículo: Diário do Comércio - MG